Camilo Santana ganha força como possível sucessor de Lula

A vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) na eleição para a Prefeitura de Fortaleza, a única conquista em capitais nesta temporada, fortaleceu a trajetória política do ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana. Conforme reportagem de Andrea Jubé, publicada no Valor Econômico, Santana passou a ser mencionado nos bastidores políticos como um dos possíveis sucessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, caso o atual presidente decida não concorrer.

Com foco em ampliar programas educacionais, Santana se destacou no governo Lula, especialmente pela criação e ampliação do programa “Pé-de-meia”, uma bolsa mensal destinada a estudantes do ensino médio de escolas públicas que pertencem a famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). Inicialmente voltado a alunos do Bolsa Família, o programa foi expandido para beneficiar mais 1,2 milhão de estudantes, gerando um custo adicional de R$ 3 bilhões. Em agosto, ao lado de Camilo, Lula reforçou seu apoio ao ministro ao afirmar: “Enquanto eu puder colocar dinheiro na educação, é proibido qualquer ministro meu usar a palavra ‘gasto’. Educação é investimento”.

Camilo Santana tem a seu favor uma habilidade natural para se comunicar com o público, um trunfo considerado um diferencial em relação a Fernando Haddad. Internamente, Haddad é visto como alguém que enfrenta dificuldades para se conectar com a base popular — algo que Lula, em confidência, teria resumido ao dizer que “Haddad não tem pele de povo”. Por outro lado, Santana é descrito como um líder que “transpira povo” e exibe desenvoltura comparável à de Lula em eventos e discursos públicos.

Nos bastidores, a análise aponta que, embora a prioridade do PT seja a reeleição de Lula em 2026, a escolha de um sucessor potencial inclui nomes como Haddad e Camilo. Fontes partidárias indicam que Lula pretende manter múltiplas opções em aberto, observando de perto o desempenho público e a aceitação de ambos dentro do cenário político e popular.

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