Boulos é o "herdeiro de Lula" para 2026, diz Marta Suplicy
Boulos enfatiza a necessidade de união da esquerda

Durante um evento de campanha na terça-feira (22), a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), gerou repercussão ao afirmar que Guilherme Boulos (Psol) é o "herdeiro de Lula". O comentário ocorreu durante um ato de apoio à candidatura de Boulos à prefeitura da capital paulista, no Teatro Gazeta, que contou com a presença de figuras públicas, artistas e intelectuais progressistas, segundo o Metrópoles.
Marta ressaltou que Boulos tem o potencial de continuar o projeto político de Lula, enfatizando a importância da aliança entre Psol e PT. "Outro dia eu liguei para o Lula e disse: 'pode ficar tranquilo. Você já tem herdeiro'. E ele deu uma risada gostosa", contou a ex-prefeita, recebendo aplausos da plateia. A declaração reforça o vínculo entre as duas legendas e posiciona Boulos como um dos principais representantes da esquerda no Brasil.
Ao final do evento, Boulos tentou minimizar a discussão sobre sucessão, concentrando-se na disputa municipal. "Isso não é uma discussão para ser feita neste momento. O presidente Lula é a maior liderança que este país já teve. Meu foco absoluto é trabalhar para ganhar a Prefeitura de São Paulo e tornar nossa cidade mais justa", declarou.
Atrás nas pesquisas, Boulos usou o evento para motivar a militância e destacar a importância da união. A pesquisa mais recente do Paraná Pesquisas indica que o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera com 51,7% das intenções de voto, enquanto Boulos aparece com 39,6%. "Agora é hora de olho no olho", afirmou, lembrando viradas históricas em eleições municipais, como as de Luiza Erundina, em 1988, e Fernando Haddad, em 2012.
Boulos alertou que a extrema direita busca usar São Paulo como trampolim para retornar ao poder em 2026, ressaltando os riscos de retrocessos e a necessidade de uma ampla união para derrotar esse campo político.
Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e presente no evento, criticou a gestão de Nunes, afirmando que "quebrar governo para tentar ganhar eleição é subestimar a inteligência das pessoas". Alckmin, que apoiou Tabata Amaral (PSB) no primeiro turno, agora se posiciona como defensor de Boulos. Durante o evento, ele exibiu um par de meias com o número 50, em referência ao Psol. "Estou convencido de que Boulos é a mudança e pode fazer um governo mais próximo da população", declarou.
Boulos também minimizou as diferenças com Alckmin, ressaltando que, diante da ameaça à democracia representada pela extrema direita, antigas divergências se tornaram irrelevantes. "O Brasil mudou, e nossas diferenças agora são convergências para derrotar um campo antidemocrático", afirmou.
Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo, fez uma comparação entre a gestão de Nunes e um "ovo da serpente", alertando para os riscos que isso representa. "Aqui em São Paulo está sendo gestado o ovo da serpente, e faremos de tudo para evitar que ele nasça de novo", disse.
Com a proximidade do segundo turno, a corrida pela Prefeitura de São Paulo se intensifica, e a mobilização de Boulos e seu grupo busca não apenas uma vitória na capital, mas também sinalizar uma possível liderança para 2026. A aposta de Marta Suplicy em Boulos como sucessor de Lula já inicia discussões sobre o futuro da esquerda no Brasil.
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