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Bolsonaro aposta em ato em Copacabana para defender anistia e reagir a denúncias da PGR

É hoje! Umas das últimas tentativas de Bolsonaro de fazer frete à PGR


Metrópoles Bolsonaro aposta em ato em Copacabana para defender anistia e reagir a denúncias da PGR
A tentativa de Bolsonaro de se afastar da prisão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu concentrar esforços na mobilização para a manifestação marcada para este domingo (16), em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. O ato tem como foco principal o apoio ao projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, buscando demonstrar força popular em torno da proposta que avança na Câmara dos Deputados com respaldo de partidos do centrão e da direita, como Republicanos, PSD, União Brasil e PP.

A manifestação também serve como resposta direta às acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR), que denunciou Bolsonaro por suposta participação em uma tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022. Inicialmente, o evento poderia incluir críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas o discurso foi recalibrado para centrar-se na defesa da anistia e no slogan “Fora Lula 2026”.

Apesar de estar inelegível até 2030, o ex-presidente pretende usar o ato como uma demonstração de força política. Bolsonaro fala em reunir um milhão de pessoas na orla carioca — número visto com ceticismo por aliados, que evitam projetar expectativas concretas de público.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, até o momento a Prefeitura do Rio de Janeiro não divulgou o esquema de bloqueios de ruas para o evento. Nos bastidores, a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro é vista como uma estratégia para criar ambiente político favorável à reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, embora especialistas apontem não haver base jurídica sólida para isso.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), assumiu compromisso com o PL de colocar o projeto de anistia em votação, caso haja apoio da maioria dos deputados. Esse acordo foi parte das negociações que garantiram sua eleição ao comando da Casa no início deste ano. Desde então, Bolsonaro tem pressionado parlamentares e buscado apoio de deputados independentes para garantir o avanço da pauta.

A convocação do ato foi intensificada dias antes da denúncia formal da PGR contra o ex-presidente. A manifestação é vista como tentativa de demonstrar musculatura política diante do cerco judicial. Em abril de 2023, Bolsonaro já havia promovido outro evento em Copacabana, naquele momento em defesa da liberdade de expressão e com críticas direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Desta vez, os discursos devem evitar ataques diretos ao STF, embora aliados como o pastor Silas Malafaia — um dos organizadores e financiadores do evento — possam abordar o tema. Além de Bolsonaro, estão previstas falas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), da vereadora de Fortaleza Priscila Costa (PL), vice-presidente do PL Mulher, entre outros. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em recuperação de uma cirurgia, não participará do ato.

Governadores aliados também devem marcar presença, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ) e Jorginho Mello (PL-SC). Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deve se ausentar. Apesar da relação ambígua com Bolsonaro, Zema busca manter pontes com o ex-presidente, mirando apoio para uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto em 2026.

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