Política

Bolsonaristas desovam valor descomunal do Orçamento Secreto em ONG de Leo Moura

A informação é de uma reportagem de Breno Pires e André Shalders no Estado de S.Paulo

  • domingo, 9 de janeiro de 2022

Foto: O DiaLéo Moura
Léo Moura

Acredite se quiser: o ex-jogador de destaque no Flamengo, o hoje empresário Leonardo da Silva Moura, o Léo Moura, se tornou campeão de recursos recebidos da Secretaria Especial do Esporte do governo Bolsonaro com uma entidade que promove treinamento de futebol para crianças e adolescentes. Essa informação é de uma reportagem de Breno Pires e André Shalders no Estado de S.Paulo.

De acordo com a reportagem, foram liberados ao todo R$ 41,6 milhões para o instituto que leva o nome do ex-atleta nos últimos dois anos por indicação de políticos aliados do governo.

Mais de um terço (36,5%) do valor foi enviado via Orçamento Secreto, usada pelo presidente Jair Bolsonaro para destinar bilhões de reais de dinheiro público a um grupo de parlamentares sem critérios claros, em troca de apoio no Congresso.

Padrinhos dos pagamentos à ONG são, principalmente, o deputado bolsonarista Luiz Lima (PSL-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado.

Essa quantia destinada ao Instituto Léo Moura entre 2020 e 2021 é quase o dobro do enviado à Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBD), a segunda colocada, com R$ 27,5 milhões.

Também supera o que foi enviado a confederações de esportes olímpicos, como a Confederação de Desportos Aquáticos (R$ 9,1 milhões), Ginástica (R$ 8,4 milhões), Vôlei (R$ 8,4 milhões) e Boxe (R$ 7,1 milhões).

Investimento de R$ 41,6 milhões em uma ONG é considerado descomunal por especialistas em gestão esportiva ouvidos pelo jornal Estadão.

Ministério da Cidadania, ao qual a Secretaria Especial do Esporte está vinculada, diz que os recursos foram indicações de parlamentares, com execução obrigatória, ou seja, sem que o governo pudesse escolher para quem enviar.

Tanto Alcolumbre quanto Luiz Lima defenderam a importância do projeto e negaram irregularidades. Ambos exploram eleitoralmente a iniciativa ao terem suas imagens expostas em banners e em eventos de divulgação das atividades realizadas.

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