Política

Assassinato de Lula deve ser levado a sério, ainda que sem alardes

Há tempo hábil para que medidas de proteção sejam implantadas, mas é real a possibilidade de um atentado contra o ex-presidente

  • domingo, 13 de fevereiro de 2022

Foto: Ricardo StuckertLula
Lula

 

Por Henrique Rodrigues, jornalista, na Fórum 

Há um assunto que precisa ser falado dentro da esquerda brasileira, mesmo sendo incômodo e para alguns até exagerado neste momento: uma possível tentativa de assassinato contra o ex-presidente Lula. Quem levantou a lebre e resolveu dar início a essa discussão foi Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

É indiscutível que Lula lidera com folga todas as pesquisas para a corrida presidencial de 2022, a oito meses das eleições, o que o leva a figurar com muita clareza como o provável eleito ao final do ano. Da mesma forma, é indiscutível que Jair Bolsonaro e os setores mais violentos e obscuros de sua gangue de seguidores pretendem impedir que isso se concretize de qualquer maneira e se tornam cada vez mais beligerantes e furiosos com o iminente fracasso nas urnas, após mais de três anos de um governo caótico que arrastou o Brasil para o inferno da miséria e da fome.

É lógico que uma potencial ameaça contra a vida de Lula, neste momento, não é concreta e tampouco deve acarretar em alarde por parte das frações progressistas da sociedade, mas, ignorar que este pode ser um evento a ocorrer no horizonte nos próximos meses, seria imprudência.

Antes que qualquer desavisado brade que o Brasil não tem uma tradição de violência política em seu histórico, é válido lembrar que, primeiro, isso não é verdade, e em segundo lugar, mesmo sem casos muito recorrentes, como tantos outros países, inclusive latino-americanos, o bolsonarismo armado potencializou e turbinou de forma nunca vista as ameaças, coações, intimidações e demonstrações de força física no ambiente político.

Não foi à toa que mais 462 mil novas armas foram registradas pela Polícia Federal desde que o radical descompensado de extrema direita assumiu a Presidência da República, em 1° de janeiro de 2019. Desde lá, Bolsonaro já modificou a política para compra de armas 31 vezes, por meio de 14 decretos, 14 portarias, dois projetos de lei e uma resolução. Nada é por acaso e esse arsenal está nas mãos, em grande parte, de extremistas que o seguem como um deus.

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