Política

Aliança de Lula com centrão tem 374 votos na Câmara

Governo está avançando na consolidação de sua base na Câmara


Foto: REUTERS/Adriano MachadoLula e Lira
Lula e Lira

O Congresso Nacional retoma suas atividades com o início das negociações entre o presidente Lula (PT) e o centrão, visando um acordo que assegure uma base sólida na Câmara dos Deputados. Já houve movimentações nesse sentido, como a nomeação do deputado Celso Sabino (União-PA) para o Ministério do Turismo, e há expectativas de que os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) também sejam contemplados com cargos no governo. A adesão do PP e Republicanos, somada ao apoio da União Brasil, daria ao governo uma contagem formal de 374 votos, mais do que suficiente para aprovar emendas constitucionais. Contudo, esse cenário ainda é incerto, já que os termos do acordo não foram totalmente estabelecidos, e mesmo com uma reforma ministerial, podem surgir dissidências dentro dos partidos aliados, segundo reportagem de Ranier Bragon, na Folha.

Membros do centrão, sob anonimato, mostram otimismo em relação ao acordo. Eles acreditam que, apesar de possíveis dissidências, o governo está avançando na consolidação de sua base na Câmara, o que permitirá uma margem de manobra política. Argumentam que o governo tem se aproximado de setores importantes, como o agrícola, o que poderia reduzir resistências, mesmo em meio a algumas pautas mais delicadas, como as relacionadas a costumes e segurança pública. No entanto, há um reconhecimento de que o governo precisará lidar com temas historicamente caros à esquerda, que podem gerar divergências internas.

A relação com o PP e o Republicanos busca atrair lideranças importantes, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o vice-presidente da Casa e presidente do Republicanos, Marcos Pereira. Para conquistar esse apoio, o governo também conta com a possibilidade de indicar a ex-deputada Margarete Coelho para a presidência da Caixa Econômica Federal. Essas articulações são essenciais, uma vez que no Senado a situação é mais confortável para o governo, graças ao alinhamento com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o apoio de parlamentares influentes.

A agenda legislativa do governo continuará focada na área econômica, com ênfase na reforma tributária e no novo arcabouço fiscal. No entanto, o governo também tem outros objetivos, como o projeto de taxação dos super-ricos, que deve ser enviado ao Congresso em agosto. Paralelamente, quatro CPIs em funcionamento continuarão suas investigações, sendo que o retorno das atividades parlamentares também trará à tona questões ambientais, como licenciamento, agrotóxicos e marco temporal das terras indígenas. Enquanto a atenção se volta para as negociações políticas e a pauta legislativa, o governo enfrenta o desafio de lidar com as expectativas e eventuais dissidências dentro do centrão e das legendas aliadas.

Com informação de 247

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