Política

Alfredo Stroessner será exumado e Brasília terá dois ditadores "constitucionais"

A Justiça do Distrito Federal permitiu a exumação do corpo do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner.

  • quarta-feira, 22 de julho de 2020

Foto: Pragmatismo PolíticoDitadores
Ditadores "constitucionais"

A Justiça do Distrito Federal permitiu a exumação do corpo do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner. Ele morreu exilado em Brasília, aos 93 anos, em 2006, e foi enterrado em um cemitério da capital.

A decisão foi tomada em um processo movido por um homem que alega ser filho do ex-ditador. O objetivo da medida é colher material genético para realizar um exame de DNA. O processo corre em segredo de Justiça.

Stroessner nasceu em Encarnación-Paraguai, em 1912, e morreu em Brasília, em 2006

Era um militar, político e ditador paraguaio. Presidiu o Paraguai de 1954, até 1989. Sua ditadura, de quase trinta e cinco anos foi o período mais longo em que uma única pessoa ocupou a sede do governo de um país sul-americano em modo contínuo. Durante a ditadura, foram cometidas violações maciças contra os direitos humanos, como prisões arbitrárias, tortura e desaparecimento forçado. O próprio Stroessner também foi acusado de cometer abuso sexual infantil. Em 3 de fevereiro de 1989, foi derrubado por um Golpe de Estado no Paraguai liderado pelo general Andrés Rodríguez Pedotti, até então seu sogro. Após a expulsão do poder, ele foi para exílio no Brasil, onde morreu em 16 de agosto de 2006.

Em 2019, num discurso constrangedor durante a nomeação das novas autoridades da Hidrelétrica de Itaipu, na fronteira com o Paraguai, o presidente Jair Bolsonaro se desmanchou em elogios a Alfredo Stroessner. A hidrelétrica só foi possível, disse ele, “porque do outro lado havia um homem com visão, um estadista que sabia perfeitamente que seu país, o Paraguai, só poderia continuar progredindo se tivesse energia. Então, aqui está minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner”, acrescentou em português, pouco antes de ficar em silêncio e observar o olhar imóvel do presidente paraguaio Mario Abdo Benítez.

Agora por ocasião da exumação do corpo do ditador, o jornalista Palmério Doria, não perdeu a oportunidade e publicou no twitter: 

Foto: TwitterPal

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