“Abertura de inquérito pode ter sido manobra da PGR”, afirma colunista
Maria Cristina Fernandes ainda afirma que a abertura de inquérito pela procuradoria “imobiliza Rosa Weber”

Nessa sexta (2), a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu abertura de inquérito contra Jair Bolsonaro para apurar suspeita de prevaricação.
Para Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor Econômico, a medida “pode ter sido uma manobra” da PGR.
Ela cita a “semelhança” entre este pedido e um anterior, feito por Sergio Moro para apurar interferência do presidente na Polícia Federal, que “segue inconcluso”.
A colunista ainda detalha que o texto da PGR questiona o dever do presidente de reportar crimes que tenha ciência, duvida que ele possa ter sido beneficiado da omissão e alega suposta discricionariedade de Bolsonaro em reportar fatos.
“As três menções, para procuradores com experiência em investigações do gênero, sugerem não apenas os caminhos que a PGR tomará para o futuro arquivamento da ação como também sinaliza que não haverá diligências relativas ao caso. Ou seja, Aras e Jacques podem acabar ajudando Bolsonaro a se livrar das acusações”, diz.
Maria Cristina Fernandes ainda afirma que a abertura de inquérito pela procuradoria “imobiliza Rosa Weber”.
“Ao abrir o inquérito, a PGR imobiliza Rosa Weber, que tem demonstrado independência em sua atuação. Não arquivou, por exemplo, a ação sobre o ‘orçamento secreto’ depois dos partidos autores da petição terem voltado atrás. Não se aposta que Rosa agirá de ofício, a exemplo do ministro Alexandre de Moraes, que desmembrou outro inquérito que atingirá os filhos do presidente depois que a PGR pediu o arquivamento daquele que investigava os atos antidemocráticos”, afirma.
“A ministra porém, demonstrou que manterá o cerco não apenas do presidente da República como da PGR. Ao se posicionar sobre a notícia-crime enviada pelos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-DF), Rosa Weber não poderia ter sido mais clara ao cobrar o posicionamento do MPF: ‘No desenho das atribuições do Ministério Público não se vislumbra o papel de expectador das ações dos Poderes da República'”, finaliza.
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