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VÍDEO: Seguida por segurança, professora tira a roupa para denunciar racismo em mercado

Ela gravou vídeo onde relata, que ligou na delegacia mas mas foi informada que “o segurança andar pelo mercado” não se configura racismo"

Foto: DivulgaçãoRacismo

 

Fórum - Mais um caso de racismo ganhou as redes neste sábado (8). Atriz, professora e pesquisadora em Teatros Negros, Isabel Oliveira tirou a roupa e ficou só de calcinha e sutiã para mostrar que não oferecia perigo após ser perseguida por um segurança do supermercado Atacadão localizado no bairro Portão, em Curitiba, no Paraná.

“Fui tratada como se eu fosse um marginal, fui sendo seguida por um segurança por mais de meia hora dentro do Atacadão. Isso não pode ser normal, eu perguntei para ele se eu estava oferecendo algum risco", disse Isabel aos prantos em vídeo em seu perfil no Instagram.

“Entrei para fazer as minhas compras. Isso não dá para admitir. Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça", emendou.

Isabel diz que após ser perseguida pelo segurança chegou a deixar o mercado. Mas, retornou com o marido para fazer o protesto.

"Voltei à loja sem parecer uma ameaça e comprei o leite da minha filha. NÃO SOMOS AMEAÇAS (ainda??)
Última vez que entro nesse estabelecimento! MEU CORPO É POLÍTICO", escreveu a professora com o vídeo.

Ao caminhar pela loja ela é abordada por um segurança que, de forma irônica, diz pra ela "ficar à vontade".

No outro vídeo, ao fazer a denúncia, Isabel diz ter ligado na delegacia, mas foi informada que “o segurança andar pelo mercado” não se configura como racismo.  

“Eu tive que fazer um escândalo dentro do mercado, gritando e pedindo para ser tratada com dignidade. E, aí agora eu tenho que provar que estou sendo perseguida", conta.

Por meio da assessoria de imprensa, o Atacadão diz que "apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida".

"Desde as primeiras manifestações da cliente no local, a supervisão e a gerência da loja se colocaram à disposição para ouvi-la e oferecer o devido acolhimento. Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes", diz o texto.

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