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Universitária que foi debochada por colegas ganha bolsa de estudo

Patrícia Linhares fez o anúncio pelas redes sociais

Foto: DivulgaçãoPatrícia e estudantes que a hostilizaram
Patrícia e estudantes que a hostilizaram

CNN - A estudante de Biomedicina Patrícia Linares, 45, vítima de etarismo em uma universidade de Bauru, no interior de São Paulo, ganhou uma bolsa de estudos na Inglaterra. O anúncio foi feito pelas redes sociais.

“Você que está pensando e não tem coragem, é seu sonho e você não quer por causa da idade, vamos fazer o seguinte? Idade não nos define. Idade é um número, então vamos colocar nosso sonho para correr que a vida não espera”, afirma Patrícia em vídeo publicado no TikTok.

Em março, uma publicação de três estudantes da sala de Patrícia gerou indignação. No vídeo, uma delas ironiza: “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Logo na sequência, outra jovem responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira com deboche.

No dia seguinte, as três estudantes não foram à faculdade. Ao mesmo tempo, alunos da sala de Patrícia e de outros cursos foram até ela demonstrar solidariedade.

Após a repercussão negativa do episódio, as três alunas que zombaram de Patrícia desistiram do curso. Um processo disciplinar por parte da Unisagrado havia sido instaurado para averiguar o caso.

“Meu sonho de estudar na área da saúde sempre existiu”

Comerciante durante a maior parte da vida, Patrícia conta que decidiu fazer a graduação em Biomedicina após ter que fechar sua loja de roupas na pandemia de Covid-19.

“Tinha essa loja desde 2012, mas nos últimos anos não deu mais para manter aberta”, disse.

Desempregada, decidiu recalcular os planos para o futuro. A escolha do curso de Biomedicina se deu por influência da mãe, enfermeira ao longo de toda a vida.

“Meu sonho de estudar na área da saúde sempre existiu. Tinha essa vontade desde menina, desde criança”, conta.

Até então, as circunstâncias da vida, porém, nunca tinham permitido que ela estudasse.

Com apoio do marido, decidiu que esse seria o momento, e se jogou para fazer sua primeira faculdade. “Estou bastante empolgada, tem sido maravilhoso”, disse a estudante.

À época, universidade informou repudiar “qualquer ato de preconceito e discriminação”.

“Ressaltamos que nosso objetivo é educar, verbo fundamental e obrigatório na construção de uma sociedade cada vez mais justa.”

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