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Trabalhadores de aplicativos reivindicam melhores condições de trabalho e remuneração justa

Empresas que vendem serviço de entrega de produtos evitam criar vínculo empregatício com motociclistas.

Foto: Pt.org.brGreve dos entregadores de aplicativos, nesta quarta (1).
Greve dos entregadores de aplicativos, nesta quarta (1).

 FONTE: Cidade Verde e DCM

Os entregadores de aplicativos como iFood, Uber Eats, Rappi fazem hoje a primeira greve da categoria, nesta quarta-feira (1º), em todo o Brasil por melhores condições de trabalho. Eles reivindicam aumento na remuneração das corridas e o fim dos bloqueios indevidos nas plataformas, dentre outras exigências.

Segundo a professora, Ana Cláudia Moreira Cardoso, em uma pesquisa nacional apresentada em uma conferência organizada pela Escola Dieese de Ciências do Trabalho, ontem (30), antes da pandemia, quase metade dos entregadores de aplicativos entrevistados (48%) recebia até R$ 520 por semana e, desse valor, ainda serão retirados gastos com manutenção do veículo, combustível, celular. O risco e o gasto são inteiramente do entregador. Além disso, ele pode ficar doente ou sofrer acidente, ter avaria na moto, o que o impede de trabalhar e, consequentemente, de ser pago. Com a crise, quase 60% apontaram queda no rendimento. E 84% disseram trabalhar com medo de contrair o coronavírus.

Em Teresina, os entregadores por aplicativos aderiram à mobilização nacional #BrequedosApps e decidiram paralisar as atividades nesta quarta-feira(1). O movimento cobra melhores condições de trabalho.

Levando entregas em moto e até de bicicleta debaixo de sol ou chuva, a categoria é fundamental para os consumidores neste momento de pandemia, onde o comércio está fechado e restaurantes só podem atender por delivery. No entanto, os trabalhadores afirmam que os aplicativos não reconhecem esta importância e que muitos trabalham em situação degradante.

Na Capital, há cerca de 1.300 entregadores cadastrados em aplicativo. Entre as pautas da mobilização está o pedido de aumento dos valores nas corridas e no valor mínimo por entrega. Eles também pedem o fim do sistema de pontuação que, segundo eles, faz com que tenham que cumprir metas e acabem tendo que trabalhar a todo o momento, quase sem parar. Os constantes assaltos também é pauta da categoria. Um ato foi marcado para ser realizado na frente da Secretaria de Estado de Segurança, onde eles tentarão uma audiência com o secretário da pasta. 

Segundo os trabalhadores, nos fins de semana de lockdown o risco de assaltos é maior, devido às ruas terem menor fluxo de pessoas. Somente neste sábado (27) e domingo (28) foram registradas 30 tentativas de assalto a entregadores em Teresina. 


 

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