Política

The Intercept expõe negligência de Dr. Pessoa

O texto da jornalista Nayara Felizardo traz profundas críticas ao comportamento negligente do prefeito de Teresina

  • sexta-feira, 26 de março de 2021

Foto: Montagem pensarpiauiThe Intercept  Dr.Pessoa

O informativo digital The Intercept Brasil, em texto da jornalista Nayara Felizardo, traz profundas críticas ao comportamento negligente do prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, quanto ao combate ao coronavírus na capital do Piauí.

Nayara começa narrando o quadro na cidade no começo de fevereiro, bem como o lado "festivo" de Dr. Pessoa: " as mortes provocadas pela covid-19 já aumentavam em Teresina quando o médico e prefeito José Pessoa Leal, o Dr. Pessoa, do MDB, foi a grande atração no evento de abertura de uma nova unidade do supermercado Mix Atacarejo, em 4 de fevereiro. Dezenas de pessoas se aglomeravam do lado de fora da loja. Elas esperavam o político cortar a fita de inauguração para entrar. Algumas o abraçaram e tiraram fotos sem que ele tentasse evitá-las. Distanciamento social e medidas restritivas não são uma prioridade na gestão do Dr. Pessoa – tampouco comprar remédios para intubação."

A jornalista disse que:“tive acesso a um documento da Diretoria de Assistência Especializada, a DAE, órgão responsável por traçar ações para a assistência hospitalar, ligado à Fundação Municipal de Saúde de Teresina, a FMS. Trata-se de um memorando com pedido de compra emergencial de medicamentos essenciais para pacientes em UTIs de covid-19. O documento foi enviado em 26 de fevereiro pela DAE para a FMS e já alertava que o estoque estava 'crítico ou zerado' e solicitava a 'aquisição em caráter de urgência'. Passado um mês, os medicamentos ainda não chegaram."

Nayara acessou outros documentos ligados à saúde de Teresina: "outro documento a que tive acesso é uma lista do dia 13 de março, em que está escrito em vermelho tudo que está em falta no estoque da GEAFH. Nas últimas semanas, os hospitais e as UPAs não receberam os sedativos e os bloqueadores musculares que a Diretoria de Assistência Especializada pediu em fevereiro. Em vez dos medicamentos, a GEAFH entrega “negativas”, um documento com carimbo e a sigla “NT”, que significa “não tem”. Com isso, os hospitais ficam legalmente autorizados a comprar diretamente dos fornecedores. Mas nem todos têm verba suficiente."

Diz um trecho da matéria do Intercept: "No mesmo dia em que o prefeito Dr. Pessoa participou da inauguração do supermercado, a taxa de ocupação dos leitos destinados a pacientes com covid-19 no Hospital de Urgência de Teresina, o maior do município, chegou a 100%. A situação só foi piorando nos dias seguintes em todo o estado. Entre 6 e 21 de fevereiro, o número de pacientes internados em UTI-Covid aumentou 44%. Nada disso foi o bastante para convencer o prefeito e médico a seguir o decreto estadual, em vigor desde 26 de janeiro, que reduzia o horário de funcionamento do comércio, de bares e restaurantes. No dia 28 daquele mês, o secretário municipal de Comunicação, Lucas Pereira, chegou a participar de una manifestação promovida por donos de bares e restaurantes contra as restrições. Ele subiu em um carro de som para anunciar que o prefeito não iria seguir a ordem estadual."

O The Intercept Brasil continua a enumerar ações da prefeitura e do prefeito, que nada contribuem para o combate ao coronavírus. É um relato detalhado que mostra como o teresinense está exposto ao vírus sem ação efetiva de quem deveria tomá-la.

Veja a matéria completa do The Intercept:

PREFEITO DE TERESINA NÃO COMPRA REMÉDIOS, E DOENTES COM COVID-19 PODEM MORRER SEM INTUBAÇÃO

Outro lado 

A Prefeitura de Teresina emitiu nota sobre o assunto:

Sobre matéria veiculada em portal nacional sobre a falta de kits de entubação em Teresina, a prefeitura informa que embora o município tenha realizado esforços no sentido de adquirir equipamentos e insumos, os aparelhos têm sido confiscados pelo Ministério da Saúde, que distribui para os Estados conforme a demanda de leitos de UTIs.

A prefeitura informa ainda somente nos últimos 2 meses, já foram aplicados R$ 176 milhões do Tesouro Municipal, correspondentes a 57 % das receitas líquidas arrecadadas em saúde. A Fundação Municipal de Saúde ressalta ainda a abertura de mais de 100 leitos entre de UTIs e clínicos para atender pacientes Covid.

A Prefeitura reúne diariamente o comitê gestor de enfrentamento à Covid para avaliar a situação da pandemia na capital e adotar medidas de controle do vírus na capital.

Siga nas redes sociais

Deixe sua opinião: