Política

Terrorismo bolsonarista: incêndios em Brasília com apoio de Bolsonaro

Atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal por volta de 19h30 de ontem


Foto: Adriano Machado/ReutersCarro é incendiado em frente a posto de gasolina em Brasília
Carro é incendiado em frente a posto de gasolina em Brasília

Entre os vários atos de vandalismo promovidos por terroristas apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) na noite da segunda-feira (12) e madrugada de terça-feira, em Brasília, um deles chamou a atenção pelo perigo. Um grupo tentou jogar um ônibus de linha circular do viaduto que fica em cima da Rodoviária, na Capital Federal. Em baixo ficam as pistas do Eixo Monumental, uma das vias de maior circulação de carros da cidade.

Os atos

Após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da "despedida" de Bolsonaro no Palácio da Alvorada, bolsonaristas que não aceitam o resultado das urnas promoveram arruaça em Brasília e tentaram invadir o prédio da Polícia Federal. 

Além de tentarem entrar na sede da PF, os golpistas ainda depredaram carros que estavam estacionados nas proximidades. Veículos chegaram a ser incendiados pelos apoiadores de Bolsonaro, entre eles vans escolares e ônibus.

A arruaça, segundo os golpistas, teria ocorrido como reação à suposta prisão de um indígena bolsonarista que estava nos atos antidemocráticos. 

Diante da investida dos apoiadores do futuro ex-presidente, agentes da Polícia Federal e policiais militares tentaram fazer a dispersão com tiros de bala de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral. A corporação, inclusive, chamou reforço para acabar com o ato de vandalismo. 

Flávio Dino

Flávio Dino, que será o ministro da Justiça e Segurança Pública do presidente eleito Lula (PT), afirmou em entrevista coletiva convocada às pressas às 23h da segunda-feira (12) que "todos" os bolsonaristas que promoveram atos terroristas em Brasília serão responsabilizados. 

Apoiadores de Bolsonaro tentaram invadir o prédio da Polícia Federal e transformaram a cidade em uma zona de guerra, incendiando carros, ônibus e aterrorizando a população local. 

Pastor indígena bolsonarista preso que motivou os atos terroristas em Brasília

O indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante teve sua prisão determinada por Alexandre de Moraes depois que o ministro atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com a decisão, ele participou de diversos atos golpistas em Brasília, entre eles em frente ao Congresso Nacional e no hotel onde estão hospedados Lula e Geraldo Alckmin.

Segundo Moraes, Serere Xavante também convocou manifestantes armados para impedir a diplomação do presidente eleito e seu vice.

O indígena José Acácio Serere Xavante foi preso há cerca de 20 anos por tráfico de drogas, quando se converteu ao protestantismo e se tornou pastor evangélico. Ele é da terra indígena Parabubure e não é cacique tradicional. É casado com uma mulher não indígena.

Natural de Poxoreu, em Mato Grosso, Serere Xavante é filiado ao Patriotas. Ele foi candidato a prefeito de Campinápolis, município situado a 658 quilômetros de Cuiabá. Ele teve apenas 689 votos e não foi eleito. Nas redes sociais, o Serere Xavante se apresenta como pastor e missionário da Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê.

A organização territorial e social dos Xavante, com população estimada em 27 mil pessoas, está distribuída em 9 terras indígenas e não há um cacique geral. Cada terra indígena Xavante é composta por seus aldeamentos e consequentemente cada aldeia tem seus líderes, caciques, de acordo com a organização social do povo, dividido em clãs e grupos etários definidos.

Com informações da Forum

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