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Superávit da balança comercial do Brasil com os países do G20 é recorde em 2023

As exportações do Brasil para os países do G20 somaram 265 bilhões de dólares e representaram 78% de tudo que o Brasil exportou para o mundo em 2023

Foto: ReproduçãoSuperávit da balança comercial do Brasil com os países do G20 é recorde em 2023
Superávit da balança comercial do Brasil com os países do G20 é recorde em 2023

 

O comércio internacional pode impulsionar o crescimento econômico e possibilitar recursos para a redução da pobreza e a proteção ao meio ambiente em todo o mundo. Respondendo juntos por 75% do comércio internacional e cerca de 85% do PIB mundial, os países do G20 formam um bloco econômico poderoso. Mas como anda a balança comercial do Brasil com os países do G20?

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em  2023, as exportações do Brasil para os países do bloco somaram 265 bilhões de dólares e representaram 78% de tudo que o Brasil exportou para o mundo. Foi um crescimento de 4,6% em relação ao ano anterior, quando as exportações para os países do G20 somaram 253 bilhões de dólares. Já as importações diminuíram 11,9%, em relação ao ano anterior, passando de 230 para 203 bilhões de dólares.

O país também exporta produtos sofisticados como aeronaves e automóveis. Em 2023, o Brasil vendeu 3,5 bilhões de dólares em aviões e mais de 6 bilhões de dólares em automóveis para transporte de mercadorias, partes e acessórios de veículos, instalações e equipamentos de engenharia civil.

A soja foi o principal produto exportado pelo Brasil para os países do G20 em 2023: representou 18% das exportações agropecuárias e um total de 48 bilhões de dólares. O petróleo ficou em segundo lugar, em um total de 36 bilhões de dólares, seguido pelo minério de ferro com 25 bilhões de dólares.

Arsenal tecnológico

O país também exporta produtos sofisticados como aeronaves e automóveis. Em 2023, o Brasil vendeu 3,5 bilhões de dólares em aviões e mais de 6 bilhões de dólares em automóveis para transporte de mercadorias, partes e acessórios de veículos, instalações e equipamentos de engenharia civil.

Ao todo, bens da indústria de transformação representaram 48% das exportações (127 bilhões de dólares), seguidos de produtos agropecuários 26% (68 bilhões de dólares) e indústria extrativa 25,4% (67 bilhões de dólares).

Quando se fala em importação, o Brasil comprou 203 bilhões de dólares em produtos dos países do G20, valor que representou 84% de tudo que o país comprou do mundo em 2023. Fertilizantes, combustíveis e insumos eletroeletrônicos somaram 92,4% dos produtos importados. O país importou 15 bilhões de dólares em petróleo e 11 bilhões de dólares em fertilizantes. Já no setor agropecuário, trigo e centeio foram os produtos mais comprados, totalizando 1 bilhão de dólares.

Segundo Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, todos esses dados de exportação e importação levaram a um superávit para o Brasil de 62,3 bilhões de dólares em 2023, um recorde na série histórica iniciada em 1997. Além disso, desde 2016, o saldo da balança comercial brasileira com os demais países do G20 tem sido positivo. 

Diversificação de produtos na pauta

O principal parceiro brasileiro dentro do grupo é a China, que é também o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, o Brasil exportou 104 bilhões de dólares para a China e importou 53 bilhões de dólares. O segundo maior parceiro é a União Europeia, seguida por Estados Unidos e Argentina - todos países-membros do G20.

A diversificação das exportações é um desafio. Para Tulio Cariello, Diretor de Conteúdo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), não haverá mudanças nos próximos anos, mas há espaço para os produtores e empresários brasileiros entenderem mais o mercado chinês. “Por exemplo, o café é um produto associado ao Brasil no exterior e conta com um mercado emergente na China por conta da urbanização. Eu acho que existe espaço para a gente diversificar nossa pauta onde somos mais competitivos, que é o setor do agronegócio. Então, a gente poderia dar saltos qualitativos com produtos mais elaborados para serem consumidos direto pelos chineses”, analisa.

Segundo Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, todos esses dados de exportação e importação levaram a um superávit para o Brasil de 62,3 bilhões de dólares em 2023, um recorde na série histórica iniciada em 1997. Além disso, desde 2016, o saldo da balança comercial brasileira com os demais países do G20 tem sido positivo.

Frutas, mel e laticínios são produtos muito consumidos por lá com alto potencial a ser explorado pelo Brasil e que podem trazer mais variedade de produtos na cesta de exportações. No entanto, hoje ainda são setores pouco explorados pelo Brasil no mercado chinês.

Por outro lado, as exportações brasileiras para os Estados Unidos são principalmente de bens da indústria de transformação e somaram 36 bilhões de dólares em 2023. Produtos semi-acabados de ferro ou aço aparecem em primeiro lugar, segundo dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil e da Secretaria de Comércio Exterior (MDIC).

Impulso das Exportações

Para Igor Celeste, gerente de inteligência de mercado da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os Estados Unidos é o maior investidor individual no Brasil e representa ¼ de todo o estoque de investimento direto na economia brasileira. 

A Agência produziu o estudo Impulso das Exportações - Edição Especial G20 que identificou mais de 9 mil oportunidades comerciais para produtos e serviços brasileiros nos mercados dos países membros do G20, com destaque para os setores do agronegócio, alimentos, bebidas, moda, casa e construção, tecnologia da informação, máquinas e equipamentos. Estudos como este são um importante instrumento para identificação de padrões de comércio e investimentos, oportunidades, riscos e, igualmente, para a definição de estratégias que impulsionem oportunidades e geração de renda.

A Agência produziu o estudo Impulso das Exportações - Edição Especial G20 que identificou mais de 9 mil oportunidades comerciais para produtos e serviços brasileiros nos mercados dos países membros do G20, com destaque para os setores do agronegócio, alimentos, bebidas, moda, casa e construção, tecnologia da informação, máquinas e equipamentos.

Segundo ele, a pauta de exportações não passa só por commodities, “há uma gama de oportunidades no setor de serviços. O lema tem que ser a diversificação comercial e de investimentos e, nesse sentido, os países do G20 são bem relevantes para esse fortalecimento e a própria integração econômica e comercial do Brasil com o mundo”, defende Igor.

G20 e comércio

Pensar boas práticas e as relações comerciais entre os países faz parte do G20 por meio do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos. A intenção é promover um debate sobre o comércio no mundo hoje e contribuir com o seu crescimento e a cooperação entre as políticas de investimento. A próxima reunião do GT, que é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, será nos dias 24 e 25 de abril em Brasília.

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