Foto: Público

O que estamos vivendo tem haver com escolhas politicas

Por Wilson Gomes, no facebook

 "Acho horrível você querer politizar a pandemia, professor".

Rá!

Pois eu acho horrível você DESPOLITIZAR:

a) A ausência de um governo capaz de liderar o Estado e a sociedade neste momento (que inveja dos alemães);

b) A escassez de políticas públicas, equipamentos e financiamentos para enfrentar a pandemia;

c) O fato de as pessoas terem decidido em 2018 que se bater contra o comunismo, fazer guerra cultural contra minorias e varrer o PT para o quinto dos infernos era o melhor critério para se escolher o líder da nação;

d) O fato de que as políticas públicas que até ontem orientavam este governo estrangularam (na subvenção e na limitação de pessoal) o SUS, e são contra o financiamento da ciência e pelo garroteamento das instituições de pesquisa;

e) O fato de termos como chefe de Estado um bufão lacrador alérgico a fatos científicos e que acha que o mundo é só ideologia;

f) O fato de que a extrema-direita que elegemos para nos governar durante a pandemia acha que vacina causa autismo, que a OMS é comunista e que os cientistas fazem parte de um complô maligno da esquerda para dominar o mundo;

g) A circunstância de que o bolsonarismo, a começar pelo presidente-chefe da seita, ser o principal distribuidor de teorias da conspiração e de fake news que minimizam a peste que nos assola ou produzem desinformação sobre ela.

Assim, meu amigo, se tem uma coisa neste momento que é política por excelência é o modo como cada país vai lidar com a pandemia, os tipos de governos e de governantes que irão liderar seus países na sobrevivência à tragédia, a existência de um Estado suficiente ou a preferência por um "Estado mínimo" para enfrentar a longa tormenta que certamente virá. Se você se sente seguro com o bolsonarismo e com a doutrina Guedes no controle das coisas neste momento, é problema seu, mas tem coisa mais política do que esta?

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

Siga nas redes sociais