Partidos ligados a Bolsonaro querem atrasar votação da PEC da Transição
Parlamentares acreditam que a PEC será um cheque em branco para o novo governo e defendem redução do valor para R$ 80 bilhões, no máximo.

GGN - Como não foram ouvidos antes de a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição ser protocolada, os aliados do atual presidente na Câmara e no Senado tentam travar a tramitação do texto, que deve ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e no plenário do Senado na quarta-feira (7).
“Ainda está passando por um processo de negociação, que está sendo comandado pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP). Na terça-feira, deverá ter uma sessão de debate e de proposições para entrar no meio de negociação, e vai ao plenário. Porque o objetivo é votar na quarta-feira para mandar imediatamente para a Câmara”, disse Paulo Rocha (PT-PA). A informação é do jornal Correio Braziliense.
No entanto, o líder do Partido Liberal (PL) no Senado, Carlos Portinho (RJ) reclamou do andamento da proposta no Congresso. “A gente precisa debater na CCJ, trazer especialistas e mostrar os impactos. Acho muito otimista essa previsão”, afirmou. “Pode até passar na CCJ, num atropelo, mas no plenário vão ser necessários 49 votos. Então, é bom fazer a conta direito”, disse.
Cheque em branco
A base de parlamentares bolsonaristas também discorda do valor protocolado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados. Em vez dos R$ 198 bilhões de gastos fora do teto nos próximos quatro anos, a oposição quer limitar a proposta a, no máximo, R$ 80 bilhões.
“Para que um cheque de R$ 198 bilhões? Isso vai gerar desemprego, diminuição de renda, desigualdade social e falta de transparência. Com R$ 80 bilhões, se resolve tudo, afirmou o Dr. Frederico (Patriota-MG), ontem, na tribuna da Câmara.
Há quem defenda, ainda, a aprovação de R$ 52 bilhões para a PEC, valor suficiente apenas para manter o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600.
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