Pensar Piauí

Palmeirenses de esquerda divulgam manifesto em apoio a Lula

Coletivos de esquerda ligados a outras torcidas também estão se mobilizando em pról da campanha do PT

Foto: DivulgaçãoLula, Wellington Dias e Chico Buarque
Lula, Wellington Dias e Chico Buarque

O DCM recebeu o manifesto abaixo do PorComunas, grupo de palmeirenses de esquerda. Nele o grupo elenca as razões pelas quais manifesta o apoio ao ex-presidente Lula nas eleições de 2022. Coletivos de esquerda ligados a outras torcidas também estão se mobilizando em pról da campanha do PT. Leia:

Brasil: democracia, comida, trabalho e renda

Vivemos um momento delicado da vida política de nosso país. A eleição que se avizinha nos coloca frente a um dilema: Democracia Social ou a aposta no caos. Não enxergarmos que estamos em uma encruzilhada histórica pode nos custar mais atraso no futuro de nosso país e condenar as futuras gerações a mais pobreza, mais desemprego, mais fome, mais desmatamento; enfim, mais destruição e miséria.

Além disso, estamos vivenciando o recrudescimento da escalada da violência política, já incentivada pelo atual presidente da república desde antes de sua eleição em 2018. O “vamos fuzilar a petralhada” está se materializando na vida real. Lideranças políticas como o tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda; lideranças sociais como Moa do Katende; lideranças sociais/ambientais como Dom Philipe e Bruno Pereira; lideranças indígenas como Zezico Rodrigues Guajajara; e lideranças da luta pela terra como Wesley Flavio da Silva foram assassinadas (e não foram as únicas) sob o comando e sob os sinais dados pelo atual presidente da república: “uma granadinha mata todo mundo”, “sabemos o que temos que fazer até as eleições”. Sem contar dois atentados contra a campanha do ex-presidente Lula (uma em Minas Gerais e outra no Rio de Janeiro, por ora).

As populações originárias (Quilombolas, Populações Rurais Tradicionais e Indígenas) estão tendo as suas terras invadidas e estão sendo exterminadas pelo garimpo ilegal, tudo com os olhares complacentes e o incentivo do atual governo. O agronegócio devasta seja desmatando ou com queimadas criminosas enormes parcelas dos biomas mais importantes de nosso país (Pantanal e Amazônia), além de utilizar quantidades inimagináveis de agrotóxicos, muitos deles proibidos em outros países. Ao mesmo tempo, a agricultura familiar, que sempre foi a responsável por produzir os alimentos que são consumidos por nosso povo é abandonada. Não por acaso o Brasil voltou a fazer parte do mapa da fome: são 33 milhões de brasileiros sentindo o flagelo do estômago vazio neste momento.

Durante a pandemia de Covid-19, nos momentos de maior necessidade, o atual governo, capitaneado por Jair Bolsonaro, que tem em seus quadros o maior número de militares (inclusive da ativa) desde o período da ditadura, deixou o povo brasileiro à sua própria sorte. O governo de Jair Bolsonaro não comprou vacina a tempo, negou a letalidade da doença, zombou (inclusive imitando uma pessoa com falta de ar) de quem pegou a doença, e de quem morreu vitimado por ela, não protegeu as pequenas e médias empresas, não deu auxílio financeiro aos trabalhadores, que precisaram arriscar suas vidas em ônibus lotados e em ambientes de fácil disseminação da doença. Nesse período, com o Ministério da Fazenda sob o comando de um banqueiro, o ultraliberal Paulo Guedes, corresponsável pela catástrofe que se abateu sobre nosso povo, tivemos apenas os bancos lucrando e como resultado milhares de pequenas empresas quebradas, pequenos e médios empresários endividados e falidos, desemprego e, principalmente, mais de 650 mil vidas de cidadãos brasileiros perdidas pela negligência e pelo negacionismo do atual presidente da república e de seu governo.

A propósito de cortar gastos, o mantra de governos ultraliberais, a Petrobrás vem sendo desmantelada e difamada para, perdendo valor e prestígio, ser definitivamente privatizada (a menina dos olhos do governo norte-americano). Os próximos alvos são os Correios e a Eletrobras.

Entendemos que o que está em crise é o sistema capitalista, uma crise de reprodução e de acumulação. Nunca se ganhou e se acumulou tanto, mas ao mesmo tempo, um exército gigantesco de trabalhadores é jogado na miséria e na fome. O sistema, que precisa se reproduzir enfrenta seu dilema: como fazê-lo com esse exército de miseráveis que, a qualquer momento, se rebelará contra seu algoz? A saída escolhida foi a de prescindir da democracia. A cada dia vemos governos (representantes do capital) recrudescerem a repressão, com discursos e práticas fascistas (o presidente do Brasil é simpatizante de movimentos neonazistas), abrindo mão da democracia, se aproximando do autoritarismo político, reprimindo e subjugando seu próprio povo.

As tragédias sociais que assistimos são fruto de um sistema cada dia mais predatório e antinatureza, daí que enchentes, desmoronamentos e/ou secas são cada dia mais frequentes e letais. Fome, desemprego, drogas e moradores de rua estão não mais só no cotidiano das grandes cidades, hoje estão espalhadas por todos os cantos de nosso país. Vivemos uma crise de nosso padrão de consumo, uma crise da superexploração humana e do planeta.

Dessa forma, não podemos nos omitir, precisamos já no primeiro turno eleger um governo comprometido com os trabalhadores, que busque retomar o crescimento de nosso país, comprometido com a geração de emprego e de renda e com o combate à fome e à miséria.

Além disso, precisamos de um governo que tenha um olhar para o futuro, que enxergue que é urgente retomar o desenvolvimento de nosso país, porém empreendendo enormes esforços para não comprometer o meio ambiente; que enxergue que nosso bioma é fonte de riqueza e que precisa ser preservado; que as novas tecnologias e novas ocupações precisam ser exploradas, mas que para isso precisamos de educação de qualidade e de investimento em ciência e tecnologia.

Precisamos de um governante que tenha compromisso com a democracia, que saiba que o Brasil tem um importante papel a jogar nas relações internacionais, com uma política voltada ao multilateralismo, que olhe para nossos vizinhos como parceiros, que não fale alto com os menores e se dobre aos maiores, enfim, um governo que retome o protagonismo internacional de nosso país, com uma postura ativa e altiva.

Um governo que seja permeável às pautas dos movimentos sociais, que os escute, os atenda, os respeite. Um governo que ouça e respeite o diverso, que governe com, e para, o movimento LGBTQIA+, o Movimento Negro, o Movimento Sem Terra, com os Movimento de Mulheres: um governo democrático e popular.

Enfim, precisamos eleger, já no primeiro turno, um presidente que lidere a reconstrução de nosso país.

Dessa forma, nós, Palmeirenses de Esquerda, Antifascistas, Comunistas, Socialistas, Democratas e Progressistas – identificados e unidos também pelo futebol, esporte popular e de massas, que arregimenta o povo pobre, negro e de periferia, não só entre os torcedores, mas também entre seus praticantes, que não aceitamos a fome, a miséria, a discriminação, o autoritarismo e o apartheid social – assinamos esse manifesto de compromisso de luta pela vitória de um presidente que reconstrua o Brasil sobre as bases da democracia, sem fome, com seu povo trabalhando e com renda.

E nesse momento só uma candidatura a presidente tem, além de um projeto de reconstrução para o Brasil, sobre as bases que propomos e acreditamos, as condições de derrotar o fascismo já no primeiro turno. E esse projeto é liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasil urgente, Lula presidente!

Assinam este manifesto:

1 – Luiz Gonzaga Belluzzo – economista – Porcomunas

2 – Ademir Castellari – sociólogo – Porcomunas

3 – Wanderlei Laurino – gráfico – Porcomunas, Movimento Palestra Sinistro e Ocupa Palestra

4 – Fernando Miller – advogado – Porcomunas

5 – Marcos Antonio Gama – conselheiro do Palmeiras e fundador do Porcomunas

6 – Fernando de Freitas – publicitário – Porcomunas

7 – Oswaldo Malatesta – cientista social – Porcomunas

8 – José Carlos dos Santos – petroleiro aposentado – Porcomunas

9 – Yuri Bassichetto Tambucci – antropólogo – Porcomunas

10 – Fernando Borgonovi – jornalista – Porcomunas.

11 – Camila Pinheiro – advogada – Porcomunas

12 – Marcus Vinicius Cavalcante Dantas – advogado – Porcomunas

13 – Paula Zanotti – Designer – Porcomunas

14 – Marcus Vinícius Oscar Oliveira – turismólogo – Porcomunas

15 – Luigi Berzoini – Estudante – Porcomunas

16 – Caio Santarosa – produtor audiovisual – Porcomunas

17 – Carlos Henrique Toffoli – propagandista – Porcomunas

18 – Maurício Serrano Falavigna – redator – Porcomunas

19 – Tito Trigo – designer – Secretário de Organização do Comitê de Cultura do PCdoB-SP

20 – Carlos Roberto Rodrigues Filho – Servidor Público – Porcomunas

21 – Edson Luiz Torrisi – Servidor Público- Porcomunas

22 – Emerson de Paula Cândido – auxiliar Administrativo – Porcomunas

23 – Francisco Carlos Toffoli – aposentado. – (sem referência)

24 – Paula Regina Carvalho Dantas – Enfermeira – (sem referência)

25 – Fernando Sato – casadalapa, Birico.arte, Frente 3 de Fevereiro, Jornalistas Livres

26 – Robson Alves Moreira – Médico Veterinário – Porcomunas

27- Thomaz Ferreira Jensen – economista – Porcomunas

28 – Felipe Fiume – bancário – Porcomunas

29 – Luiz Américo Souza De Martino – contador – Porcomunas

30 – Laís Záu Serpa de Araujo – professora universitária – Porcomunas

31 – José David de Souza Santos Júnior – geógrafo – Porcomunas

32 – João Filho – sociólogo e Jornalista – Porcomunas

33 – Lucas Onofrio – jornalista e produtor audiovisual – Porcomunas

34 – João Víctor de Oliveira – publicitário – Porcomunas

35 – Lindiane Costa Seno – advogada – Porcomunas

36 – Filipe Augusto Maciel Dias – advogado – Porcomunas

37 – Daniel Ferraz – músico – Porcomunas

38 – Flor Almeida – gestora pública – Porcomunas

39 – Silvio Martins – aposentado – Porcomunas

40 – Sergio Sanchez – PT Macro, Região Ribeirão Preto

41 – Wellinton Lenzi – designer – Porcomunas

42- Joao Ricardo Guimarães Caetano – engenheiro agrônomo – Porcomunas

43 – Mariana Mandelli – antropóloga e jornalista – Porcomunas

44 – Rodrigo De Giuli – jornalista e historiador – Porcomunas

45 – Rodney Brocanelli – jornalista – Porcomunas

46 – Vitor Hideki Antonio Sato – analista jurídico – Porcomunas

47 – Salatiel Afonso -vendedor- Porcomunas

48 – Kristine Bruscatto – Farmacêutica-bioquímica – Porcomunas

49 – Felipe Bianchi, jornalista e Porcomunas

50 – Lourdes Martinez – professora aposentada- PC do B Mogi das Cruzes

51 – Débora Fonseca – bancária e Porcomunas

52 – Humberto Chacur, Engenheiro Agrônomo – Palestra Socialista

53 – Nildo Ferreira da Silva, Cineasta, Palestra Socialista

54 – Andre Luis, professor, Palestra Socialista

55 – João Pedro Magro, Engenheiro Agrônomo, Palestra Socialista

56 – Brunno Manfrim Dalossi, Servidor Público, Palestra Socialista

57 – Marco Aurélio Arruda Rocha, Servidor Público,  Palestra Socialista

58 – Diego Silva, Pesquisador, Porcomunas

59 – Luis Pinheiro – Servidor Público – Palestra Socialista

60 – Severino Ramos de Moura – Movimentos Sociais Zona Sul SP

61 – José Maria Barbosa De Jesus, Professor, Aposentado

62 – Luisa Re, Pedagoga

63 – Orisvaldo Quiquinato, Contador, Palestra Socialista

64 – Marcelo Augusto Totti, Professor Universitário, Palestra Socialista

65 – Paola Rodrigues Samora – Geógrafa, ambientalista, Porcomunas.

66 – José Samora – Administrador, Porcomunas

67 – Pedro Jorge Courbassier, Palestra Socialista

68 – Antonio Fuzer, professor, Palestra Socialista

69 – Flávio de Campos- Historiador Professor da USP

70 – Adriana Karla Amorim – Química e Professora e Pesquisadora da UNIFESP

71 – Tadeu Loibel – Servidor Publico

72 – João Sérgio da Silva Costa – Analista de Sistemas

73 – Maria Laura Conti Nunes – advogada e jornalista

74 – Roberto Dolci – Advogado e Empresário

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