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Ônibus de graça em Teresina

Sim, transporte 100% gratuito, custeado pelo Poder Público

Foto: G192% consideram o sistema de ônibus de Teresina ruim
Ônibus de graça em Teresina

 

Segundo informação que a jornalista Sávia Barreto publicou com exclusividade no portal cidadeverde.com os usuários do transporte público em Teresina não vão mais pagar passagens de ônibus na cidade. Veja o que ela postou:

“A coluna apurou com exclusividade com fontes do Palácio da Cidade, os termos do novo acordo envolvendo a Prefeitura de Teresina e os consórcios das empresas que operam o transporte público da capital. A principal novidade dessa repactuação será o anúncio, que deve ocorrer até quarta-feira, 11, de que os teresinenses não irão mais pagar passagens nos ônibus da cidade. Sim, transporte 100% gratuito, custeado pelo Poder Público, sem sistema de bilhetagem.”

Não há informações de como os custos de toda está operação será financiada.

Tarifa 0

Com mais de 360 mil habitantes, Caucaia (Ceará) é a maior cidade do Brasil a não cobrar passagem dos usuários de ônibus , e não é um caso isolado. Em todo o País, mais de 1 milhão de pessoas têm acesso a esse sistema de gestão do transporte coletivo. Mas como isso é possível? De que modo as cidades se organizam para garantir essa política?

Debatida há mais de 30 anos, a tarifa zero já foi adotada por dezenas de municípios no mundo. No Brasil, o maior porta-voz dessa ideia é o engenheiro Lúcio Gregori, criador de uma proposta para a cidade de São Paulo.

Com mais de 80 anos e uma carreira destinada à vida pública, o especialista esteve à frente da Secretaria de Transporte da cidade no início de 1990, no mandato de Luiza Erundina. Essa experiência foi o principal laboratório para a política, que hoje serve de inspiração para diferentes locais do País.

À época, o objetivo era zerar a tarifa para todos os paulistanos e cobrar essa conta dos mais ricos, por meio do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), mas a Câmara de Vereadores se negou a votar no projeto enviado ao Legislativo.

Desde então, o engenheiro, formado pela Universidade de São Paulo, dedica-se a discutir o tema. Seu ponto de partida é simples: em vez de ser pago na catraca, o transporte público poderia ser financiado por meio de arrecadação municipal, assim como ocorre com a coleta de lixo, escolas e postos de saúde.

"Quando a Prefeitura vem pegar o lixo na sua porta, você não questiona por que uma tarifa não foi paga. O mesmo deveria acontecer com o transporte coletivo", diz em entrevista ao Estadão Summit Mobilidade Urbana.

A ideia de um financiamento público do transporte coletivo vai ao encontro do que defendem organizações como Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT). Em meio a uma das maiores crises do segmento, a entidade defende a criação de um Sistema Único de Mobilidade Urbana (SUM), semelhante ao que existe na saúde.

O município de Caucaia exemplifica o quanto a adesão ao serviço pode crescer com a gratuidade e ainda baratear a tarifa, já que com gente ou sem gente a frota precisa continuar na ativa. Para se ter uma ideia, até julho de 2021, quando o transporte público era cobrado, a quantidade de passagens pagas foi de 500 mil. Em Janeiro de 2022, com o programa gratuito , atingiu-se a margem de 2 milhões de passageiros. E se antes a passagem custava para o usuário R$3,80, hoje custa R$ 1,35 para os cofres municipais, informa a Prefeitura da cidade ao Estadão Summit Mobilidade Urbana.

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