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"O mundo está carente de lideranças como Lula", diz economista norte-americano Jeffrey Sachs

Sachs é diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Colúmbia

Foto: ReproduçãoEconomista norte-americano Jeffrey Sachs
Economista norte-americano Jeffrey Sachs

247 - Em palestra na quinta-feira (11) na Fundação Perseu Abramo, o economista norte-americano Jeffrey Sachs afirmou que o mundo precisa da liderança do ex-presidente Lula (PT). Sachs é diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Colúmbia e presidente da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Para ele, o petista é a única liderança com a envergadura necessária para encarar os desafios globais que se apresentam, os mais complexos dos últimos 40 anos. "Eu sei que o Brasil precisa muito de vocês, mas devo enfatizar que o mundo todo precisa de vocês. O mundo está carente de lideranças e, com certeza, ele vai ser um dos líderes mais importantes para conseguir organizar as questões globais. Nós temos uma crise muito grande, que está se aprofundando. Não é só uma crise econômica, é também uma crise geopolítica e ecológica. De fato, é importante ter líderes como o presidente Lula participando ativamente”, afirmou, ao lado do ex-ministro Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo e coordenador do programa de governo da chapa Lula-Alckmin. 

Na plateia estavam grandes nomes do Brasil, como o cientista Carlos Nobre, o economista Paulo Nogueira Batista e os ex-ministros Nelson Barbosa, Míriam Belchior e Tereza Campello, dentre outros. 

Com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), Sachs atestou que os oitos anos de governo Lula foram um período de crescimento efetivo da economia, desde a década de 1980.

Chamando atenção para a emergência climática que o mundo atravessa, ele ressaltou a importância do Brasil para o debate do desenvolvimento sustentável e registrou também que, entre 2003 e 2010, período em que o petista esteve no poder, houve avanços nessa área, como a redução dos índices de desmatamento. “Os mandatos de Lula foram momento de progresso econômico de fato. É extraordinário. Por isso, Lula merece outro mandato e espero que o Brasil dê a ele esse mandato. Foi um período de muito sucesso. Talvez o maior dos últimos 40 anos".

O economista sugeriu que caso Lula volte ao poder, crie um programa de investimento com estratégia audaciosa de crescimento e priorizando as áreas críticas do país. Ele defendeu um programa integrado e holístico, que contemple áreas como infraestrutura, inovação e saúde, mas que priorize a educação nos próximos 20 anos. “A qualidade da educação para as crianças vai fazer a diferença para o país”, destacou.

Sobre o Brics, que reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Sachs declarou que o grupo atualmente é maior que o G-7 e é importante para a estratégia econômica brasileira. "O processo do Brics é importantíssimo na minha opinião. É grande, significativo, pode fornecer financiamento e tecnologia e seria muito útil para o Brasil". Ele defendeu a captação de crédito de longo prazo e custo baixo para financiar o crescimento.

O norte-americano concordou com a tese defendida por Mercadante de que o mundo, que se beneficia da biodiversidade da Amazônia, financie a preservação e compense o Brasil por fazê-la. Ele concordou com a ideia do coordenador do programa de governo de que o Brasil se junte com outros países que têm florestas tropicais relevantes para discutir globalmente uma arquitetura de crédito internacional para criar mercado de carbono e buscar a melhor forma de financiar a proteção e oferecer as compensações. Mercadante citou a junção do Brasil com a Indonésia e a República do Congo no que seria o BIC, centrado na questão do desenvolvimento sustentável.

Sachs se ofereceu para colaborar no que for preciso para desenhar as melhores estratégias para o crescimento do Brasil. Mercadante o convidou para, em caso de vitória de Lula, trabalhar como consultor em projetos como essa discussão da arquitetura de crédito internacional, que já pode ser posta na convenção do clima que acontecerá em novembro no Egito.

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