Economia

Banco Central eleva taxa de juros e irrita membros do governo; novo aumento pode ocorrer até dezembro

A taxa foi ajustada em 0,25 ponto percentual, elevando-se para 10,75% ao ano


Banco Central eleva taxa de juros e irrita membros do governo; novo aumento pode ocorrer até dezembro
Campos Neto e o Banco Central

Em uma reunião realizada ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou um novo aumento da taxa básica de juros (Selic), o que gerou grande insatisfação dentro do governo federal. A taxa foi ajustada em 0,25 ponto percentual, elevando-se para 10,75% ao ano, justificando a decisão como necessária para supostamente conter a inflação a despeito do crescimento econômico.

A decisão, porém, foi recebida com surpresa e frustração por membros do governo, que defendem uma postura mais branda para estimular ainda mais o crescimento econômico. Fontes próximas ao Palácio do Planalto revelaram que ministros e assessores diretos do presidente se mostraram irritados com a ação do Banco Central, que é uma instituição independente. "Essa alta de juros compromete a recuperação econômica, sobretudo em um momento em que estamos tentando impulsionar o investimento e gerar empregos", disse um interlocutor próximo ao governo, sob condição de anonimato.

Economistas que apoiam a medida do Banco Central argumentam que o aumento da Selic visa a manter as expectativas inflacionárias sob controle e evitar uma escalada dos preços. Porém, a preocupação dentro do governo é que o aperto monetário possa travar ainda mais o crescimento, já impactado por uma conjuntura internacional desfavorável e um cenário fiscal desafiador.

A perspectiva de novos aumentos da taxa de juros até o fim do ano, especialmente se os indicadores de inflação não apresentarem melhora significativa, está no radar dos analistas. Em sua comunicação oficial, o Banco Central deixou claro que não descarta novos ajustes até dezembro, caso considere necessário para cumprir a meta de inflação para 2024. Essa possibilidade reforça a tensão entre a equipe econômica do governo e a autoridade monetária.

Enquanto isso, o mercado financeiro reagiu de forma mista ao anúncio, com o dólar apresentando leve alta e a Bolsa de Valores recuando, reflexo da incerteza sobre os próximos passos da política monetária. A discussão sobre o impacto dessas decisões para o futuro da economia brasileira deve continuar aquecida, com o governo pressionando por políticas que favoreçam o crescimento e o Banco Central focado no controle da inflação.

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