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MP notifica igreja de Malafaia por culto com 1.200 pessoas em Curitiba

O religioso bolsonarista alega que cumpriu protocolos contra o contágio da Covid ao reunir mais de mil fiéis em espaço fechado

Foto: Eduardo Matysiak/FuturaPress/FolhapressMalafaia reuniu 1.200 pessoas na Assembleia de Deus Vitória em Cristo
Malafaia reuniu 1.200 pessoas na Assembleia de Deus Vitória em Cristo

O promotor de Justiça Marcelo Paulo Maggio, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), notificou nessa sexta-feira (26) a igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo de Curitiba.

Isso porque a organização religiosa, que pertence ao pastor bolsonarista Silas Malafaia, realizou um culto na noite de quinta-feira (25) que reuniu cerca de 1.200 pessoas em meio a um dos momentos mais agudos da pandemia na capital paranaense. A celebração foi conduzida pelo próprio Malafaia e por sua filha, Rachel Malafaia.

O culto ocorreu no mesmo dia em que a secretária de Saúde da cidade, Márcia Huçulak, alertou sobre a superlotação dos hospitais e falou que a capital curitibana vive uma “avalanche de Covid”.

“Tem sido uma avalanche de casos de Covid-19 nas UPAs [Unidades de Ponto Atendimento] e com quadros graves. Quando a sociedade se movimenta, aumenta a proliferação e o número de casos, o que demanda mais internação para a doença. E, ao mesmo tempo, aumenta o número de acidentes, de trauma e violência. A gente precisa que a sociedade circule menos”, declarou a chefe da pasta.

Imagens feitas pelo fotógrafo Eduardo Matysiak mostram centenas de pessoas que participavam da celebração de máscara, mas sem distanciamento. O pastor Malafaia, por sua vez, alega que o templo comporta mais de 3 mil fiéis, mas o evento foi realizado para “apenas” 1.200 e, segundo ele, foram respeitados todos os protocolos contra o contágio da Covid, com lugares demarcados, álcool gel e distanciamento.

Enfurecido, Malafaia acusou o jornalista Guilherme Amado, da revista Época, de “fake news” por noticiar a realização do culto.

Na notificação encaminhada à igreja de Malafaia, o promotor Marcelo Paulo Maggio solicita, com prazo de até 3 dias, informações sobre o responsável pela realização do evento e também se a igreja tinha autorização da prefeitura para fazer o culto.

Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Curitiba está em mais de 93%.

A prefeitura tem agido, em alguns casos, para evitar aglomerações. Nesta quinta-feira (24), a fiscalização acabou com um culto evangélico da Igreja Mundial do Poder de Deus que reunia cerca de 2 mil pessoas.

Em nota sobre o culto de Malafaia, a Polícia Militar do Paraná informou que afirmou que recebeu denúncias pelo 190 sobre possível aglomeração e que, quando chegou no local, não encontrou irregularidades.

“Assentos demarcados para o distanciamento entre as pessoas e todos estavam com máscara facial, seguindo as recomendações da resolução da Sesa nº119, de 5 de fevereiro de 2021, que padroniza a realização de cultos e missas. Neste sentido, não foi constatada nenhuma infração. As equipes policiais fizeram orientações aos responsáveis no local. A PM informa ainda que a autuação administrativa é competência do município, e para a PM compete apenas a autuação criminal”, diz o texto da corporação.

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