Pensar Piauí

Merlong rebate governador de São Paulo: “Deveria estudar mais”

Para Merlong, a declaração do governador não passa de um discurso eleitoreiro e carregado de desconhecimento

Foto: Paulo Sérgio (Câmara dos Deputados)Deputado Merlong Solano
Deputado Merlong Solano

O governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) reclamou da quantidade de dinheiro que o governo federal recolhe do estado por meio da cobrança de impostos, e afirmou que o maior estado em termos populacionais do país "deixou de ser a locomotiva do Brasil" para se tornar uma espécie de "burro de carga", cuja parte significativa de seus tributos são destinados para "estados pobres". O governador citou o Piauí como exemplo.

"São Paulo, que a gente sempre chamou de locomotiva do Brasil, está virando burro de carga do Brasil", afirmou o governador, ressaltando que, apenas em 2021, o governo federal recolheu R$ 720 bilhões em impostos de São Paulo e devolveu ao estado na forma de repasses R$ 46 bilhões, "15 vezes menos [daquilo] que a gente manda". "Estados pobres como Maranhão, Piauí e Acre ficam com parte desse dinheiro", completou o tucano em entrevista ao podcast "Flow".

O deputado federal Merlong Solano (PT) rebateu as declarações do governador. Segundo ele, a declaração não passa de um discurso eleitoreiro e carregado de desconhecimento.

“Rodrigo Garcia alegou que São Paulo deixou de ser a ‘locomotiva do Brasil’ para se tornar uma espécie de ‘burro de carga’, cuja parte significativa de seus tributos são destinados para estados pobres. É verdade que São Paulo é uma potência, uma locomotiva, mas o governador precisa estudar mais, dizer que o estado sustenta o Brasil é uma mentira grosseira, um discurso eleitoreiro que o governador está fazendo para os paulistas mais desinformados”, disse o deputado.

Merlong reconheceu a importância econômica de São Paulo para o país, mas destacou que todos os estados brasileiros ajudaram a pagar a industrialização do estado.

“Será se o governador não sabe que o Brasil inteiro ajudou a pagar a industrialização de São Paulo? Políticas cambiais, tributárias, financeiras e industriais foram adotadas pelo governo federal no sentido de favorecer o estado. Além de priorizar para São Paulo investimentos federais para infraestrutura de transporte, energia elétrica, centros de pesquisa científica”, pontuou o petista.

O parlamentar lembrou que os estados menos industrializados são prejudicados com a receita do ICMS, imposto sobre o consumo, em que uma parte fica com o ente de origem. 

“Rodrigo Garcia se esquece do grande benefício que São Paulo e outros Estados mais industrializados tiveram até recentemente com a grande expansão do e-commerce, onde o ICMS era cobrado no estado de origem e não no de destino. E mesmo com a regulamentação do e-commerce, o estado produtor ainda fica com 7% do imposto, enquanto no mundo inteiro é arrecadado 100% no estado de destino”, disse Merlong.

O deputado citou ainda dos os royalties do petróleo e o salário educação, que ficam nos cofres do Estado de São Paulo, quando deveriam ser divididos entre os estados, e o grande montante em dívidas que o governo tem com a União. “Mesmo faturando muito com arrecadações, a incompetência do governante gerou uma alta dívida com a União. O Piauí, um estado mais pobre, com PIB mais baixo, conseguiu se organizar e não deve ao governo federal”, finalizou o parlamentar.

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