Pensar Piauí

Lula quer garantir ao Nordeste a competitividade que a região tem direito

Vemos a importância de reduzir o abismo regional num país da dimensão do Brasil.

Foto: Ricardo StuckedLula no Piauí
Lula no Piauí


Por Aquiles Lins, colunista, no 247


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu nesta terça-feira (30) uma entrevista à rádio CBN de Recife, junto com dezenas de outras rádios pernambucanas, onde voltou a falar do seu compromisso com o desenvolvimento da região Nordeste, e de Pernambuco em particular, seu estado natal. Ao falar sobre a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, Lula relembrou sua emoção ao lançar o empreendimento, que já está gerando entre 7 e 8 mil empregos diretos e indiretos e deve chegar a 30 mil postos de trabalho. “Aquela refinaria era um sonho muito grande. Era o sonho de Pernambuco. Que vai ajudar a gerar distribuição de riqueza naquele estado”, disse Lula. 

Lula também voltou a defender a retomada da indústria naval e citou a importância de empreendimentos deste porte, como o estaleiro Atlântico Sul. “Não é possível que um país que tem uma costa marítima de mais de 8 mil quilômetros, que tem 80% do seu transporte externo feito por navios, não produzir navios de qualidade para transportar as coisas que nós precisamos transportar”, disse o presidente, prometendo retornar a Pernambuco para lançar a retomada da fabricação de grande embarcações. 

Percebemos a mudança estratégica em curso, que está sendo induzida e executada pelo Estado. Assim como a importância de reduzir o abismo regional num país da dimensão do Brasil. Quando o presidente Lula afirma, na condição de um pernambucano que deixou sua terra junto com a mãe e irmãos para tentar a vida em São Paulo, que nunca se conformou em ver o Nordeste sendo tratado como uma região de segunda categoria, de segunda classe, ele sinaliza não para sua própria história, mas para a correção de uma dívida histórica com a população nordestina. Não é ufanismo pernambucano, é pensamento de estadista, é estratégia dentro da própria lógica do capitalismo. 

E Lula sabe exatamente qual é o seu papel. “Cabe ao governo criar as condições para que os investidores vejam que o Brasil tem outras regiões. Eu não quero tirar nada de nenhum estado. Apenas eu quero dar ao Nordeste as condições de competitividade que ele tem direito de ter. E é por isso que trato o Nordeste com um carinho especial”, disse Lula na entrevista. É de dar orgulho, pois, vilipendiada e perseguida pelos governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro, a região Nordeste do Brasil volta a receber a atenção que merece do governo federal. Pelo seu tamanho, sua população de mais de 57 milhões de pessoas, e sua importância histórica e política neste país.

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