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Lula cobra explicações de padre bolsonarista que o acusou de subornar STF

Se não provar o que disse, os advogados de Lula estudarão a possibilidade de ingressar com uma ação de danos morais por difamação, injuria e calúnia

Foto: Montagem pensarpiauíLula e o padre Edison Geraldo Bovo
Lula e o padre Edison Geraldo Bovo

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer que o padre Edison Geraldo Bovo, da paróquia de Laranjal Paulista, no interior de São Paulo, se explique na Justiça sobre acusações infundadas que fez contra o petista enquanto rezava uma missa, no dia 10 de março. O religioso chamou Lula de “o maior ladrão que o mundo já viu” e afirmou que ele “usou dinheiro para pagar o Supremo Tribunal Federal”. A defesa do ex-presidente recorreu à Justiça de SP para saber se o padre tem provas dessas acusações. A informação é da coluna de Ancelmo Gois, o jornal O Globo.

“O mais estúpido é o ladrão. O maior ladrão que o mundo já viu, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, né. Coitada da família dele, dos pais, da mãe que tem vergonha disso. Onde você pesquisar no mundo, é o pior”, disse Edison Bovo.

E o líder religioso continuou, ainda durante a missa: “Esse dinheirinho é usado para pagar Supremo Tribunal, os advogados, para dizer ‘ele é inocente’, ‘ele não fez nada’, ‘ele é bonzinho’. Vai se candidatar e muita gente vai votar nele. Para com isso, gente. Se vocês não querem viver, se vocês estão cansados da vida, não judiem dos seus filhos, não judiem da geração que vai chegar”. Caso o padre não consiga provar o que disse, os advogados de Lula estudarão a possibilidade de ingressar com uma ação de danos morais por difamação, injúria e calúnia.

Lula teve a última ação contra ele na Justiça suspensa, no dia 02 de março, pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Superior Tribunal Federal (STF). Esse era o último dos 20 processos que corriam contra o petista.

A ação penal era sobre acusações de tráfico de influência e corrupção na compra de caças Gripen para a Aeronáutica.

Na ocasião, Cristiano Zanin, que defendeu Lula durante todos os processos, comemorou a decisão. “A robusta decisão proferida pelo eminente ministro Ricardo Lewandowski acolheu os nossos fundamentos para suspender a última ação penal que havia contra Lula, reconhecendo que ela também faz parte do reprovável lawfare praticado pela lava jato contra o ex-presidente”, afirmou Zanin.

O padre Edison Geraldo Bovo, da Paróquia São Roque, em Laranjal Paulista (SP), é famoso por fazer discursos políticos em suas homilias. Na missa desta quinta-feira (10), ele atacou o ex-presidente Lula (PT) e o governador de SP, João Doria (PSDB). O religioso, que já se manifestou contra o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que não é bolsonarista.

“Não apoio bolsonaro, mas sim os valores cristãos. Sou contra a politicagem”, afirmou o padre. Ele negou que seus discursos possam ser considerados uma forma de politicagem: “É a minha opinião, e não da igreja, sobre temas políticos. Não deixa de ser uma opinião”.

Na missa, Edison afirmou que Lula é “o maior ladrão que o mundo já viu”. Ele acusou o petista de ter “usado um dinheirinho” para pagar o STF (Supremo Tribunal Federal) para declará-lo inocente. Questionado de onde tirou tal informação, ele desconversou e alegou somente que o ex-presidente utilizou “profissionais” para subornar a Corte. O padre não disse ter provas da acusação.

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