Jaques Wagner pede que STF investigue Bolsonaro por prevaricação
Na representação, o petista alega que o presidente deixou de cumprir funções do cargo diante da pandemia do coronavírus
O senador Jaques Wagner (PT-BA) informou que enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro, pedindo que a Corte o investigue por crime de prevaricação.
Para o senador, o presidente não estaria realizando atos que são obrigação de seu cargo diante da pandemia da Covid-19.
“Sua postura irresponsável e negacionista contribui para o agravamento da situação do país causada pela pandemia da Covid-19”, considerou o senador, por meio das redes sociais.
Apresentei notícia-crime ao STF, para que a corte investigue o presidente da república por crime de prevaricação, já que a sua postura irresponsável e negacionista contribui para o agravamento da situação do país causada pela pandemia da #COVID19. https://t.co/slDc6giMHp
— Jaques Wagner (@jaqueswagner) March 5, 2021
O que ele está fazendo é crime conhecido. Prevaricação é não tomar atitudes necessárias diante de um grave problema. O presidente sabe que tem gente morrendo, que precisa comprar vacina e faz de conta que não sabe de nada. E ainda se coloca contra a vacina. É um crime.
— Jaques Wagner (@jaqueswagner) March 5, 2021
Seus atos, palavras e comportamentos, como agente público e político, habitam o campo da omissão e divergem de todas as recomendações sanitárias preconizadas pela comunidade científica e por profissionais de saúde, como essenciais à prevenção e proteção contra o #coronavírus.
— Jaques Wagner (@jaqueswagner) March 5, 2021
A representação do senador exibe logo na abertura do documento a frase dita pelo presidente em sua visita durante inauguração de um trecho da ferrovia Norte-Sul, em São Simão (GO), na quinta-feira (4/3).
Ao discursar, Bolsonaro disse: Chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, questionou o presidente, ao mesmo tempo em que fez elogios a categorias que, segundo ele, continuaram trabalhando durante a pandemia.
Essa não é a primeira representação contra o presidente no STF. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), já havia apresentado notícia-crime em outubro do ano passado, argumentando que Bolsonaro o caluniou dizendo em uma entrevista ter deixado de participar de um evento evangélico porque o governador não havia autorizado que a PM do Maranhão fizesse sua escolta.
Dino alegou não ter recebido solicitação de uso da força policial para a segurança do presidente e exigiu que Bolsonaro apresente provas da alegação.
A denúncia feita por Dino foi enviada pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello para a Câmara.
O Palácio do Planalto não se manifestou sobre a representação do petista.
Confira a íntegra do pedido de investigação:
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