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Irã diz ser “legítimo” o ataque a Israel e alerta aos EUA: “Devem ficar de fora”

Exército iraniano é quase quatro vezes maior do que o de Israel

Foto: Fatemeh Bahrami/Agência AnadoluExército do Iran
Exército do Iran

 

DCM - Neste sábado (13), a Comissão Permanente do Irã Para as Nações Unidas se posicionou oficialmente sobre o ataque de drones do país contra o território israelense. Nos últimos dias, o país já havia adotado uma postura agressiva em relação aos conflitos em que Israel se envolveu no Oriente Médio.

Em comunicado no X, a comissão alegou que a ofensiva é amparada pelo artigo 51 da Carta da ONU, que garante o direito à legítima defesa a qualquer nação membro do órgão que venha a ser atacada, uma vez que Israel teria cometido ataques ao consulado iraniano na Síria.

O comunicado também afirma que considera o assunto encerrado, mas que responderá impetuosamente a possíveis novos ataques israelenses. Em seguida, o país alertou os Estados Unidos e afirmou que eles devem “ficar de fora” do conflito.

Confira na íntegra o comunicado:

Conduzida com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima, a ação militar do Irã foi em resposta à agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco. O assunto pode ser considerado concluído. Contudo, caso o regime israelita cometa outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre o Irã e o regime israelita desonesto, do qual os EUA DEVEM FICAR LONGE!

Exército iraniano é quase quatro vezes maior do que o de Israel

O Irã, possui o segundo maior contingente de tropas do Oriente Médio, atrás apenas do Egito.

Um levantamento do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) mostra que o país possui um cerca de de 650 mil militares, com a Guarda Revolucionária sendo responsável por 190 mil combatentes.

Israel, por sua vez, possui 177,5 mil militares, mas esse número não inclui os reservistas convocados em tempos de conflito.

A grande diferença é que Israel é conhecido por possuir armas nucleares, embora não as reconheça oficialmente. Enquanto isso, o Irã tem desenvolvido seu programa nuclear, mas não há evidências de que tenha bombas dessa espécie.

Além disso, o Irã é um importante patrocinador de grupos armados na região, como o Hezbollah e os Houthis, que receberam apoio para realizar ataques, como o ocorrido contra instalações petrolíferas sauditas em 2022.

O relatório do IISS também destaca que fatores como capacidade industrial, tecnologia militar e quantidade de armamentos são essenciais para determinar a força de um Estado na região.

As autoridades de Israel estão em estado de alerta máximo após os ataques do Irã. O governo iraniano justifica o ataque como uma “resposta legítima”. Mais cedo, Israel suspendeu as atividades escolares, limitou as aglomerações e cancelou o tráfego aéreo.

O ataque em Damasco escancara o aumento da violência na região, agravada pela disputa entre Israel e Palestina. O conflito já dura seis meses e resultou em mais de 33 mil mortes, dos quais 32 mil são palestinos e 1.200 israelenses.

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