Governador do Ceará estatiza hospital; obra tem problemas
A prefeitura de Fortaleza concedeu licença para a construção de um prédio residencial
O Governador do Ceará, Camilo Santa (PT), anunciou ontem a estatização do Hospital Leonardo da Vinci. O governador assinou decreto para aquisição da unidade. Originalmente, da rede privada, aquela unidade de saúde havia sido requerida pelo Governo do Ceará para atender pacientes com Covid-19.
"Estamos transformando hospital privado em público, do SUS", comemorou Camilo Santana.
Desde o dia em que começou a acolher, exclusivamente, infectados pelo novo coronavírus em 23 de março, mais de 1.900 pacientes passaram pelo Hospital Leonardo da Vinci, cuja estrutura física chegou a ter 230 leitos, sendo 150 de UTI.
Mas há uma incoerência nessa história.
Segundo informações de um ex-comissionado da Prefeitura de Fortaleza, que pediu para o nome não ser revelado, o proprietário do prédio conseguiu licença na Prefeitura de Fortaleza para construir um prédio de apartamentos no local e não um hospital. Com a obra em andamento, fiscais da prefeitura visitaram a construção e constataram que havia indícios de que ali se tornaria um hospital.
A obra foi e continua embargada.
Com o passar do tempo, o proprietário conseguiu concluir a construção e, de fato, a usou como unidade de saúde. Mas nunca regularizou a situação junto ao poder público municipal. Pelas irregularidades existentes, há uma vultuosa multa imposta pela Prefeitura.
No anúncio da aquisição do Hospital, Camilo Santana não disse o valor que o Estado pagará, não disse o valor que será descontado da multa da Prefeitura e que ações adotará para deixar a obra nas condições adequadas de funcionamento exigidas pelo executivo municipal.
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