Pensar Piauí

Fisioterapeuta de 26 anos com Down toma posse como vereadora

Ela é da cidade de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul

Foto: DivulgaçãoLuana Rolim de Moura
Luana Rolim de Moura

ACONTECE NO RS - No mês da mulher, quando também é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down (21/03), a primeira suplente, Luana Dallacorte Rolim de Moura (PP/RS), 26 anos, que tem síndrome de Down, tomou posse na Câmara de Vereadores de Santo Ângelo/RS. Ela foi empossada na Sessão Ordinária da segunda-feira (15). A jovem substituiu Nivaldo Langer de Moura, vereador titular que está afastado. 

Durante a sua primeira sessão, Luana se pronunciou sobre todas as matérias votadas e ainda, ao final – pela tribuna, falou sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março.

“Para mim foi emocionante dizer a palavra PROMETO perante a população de Santo Ângelo. Agora vou mostrar trabalho, dedicação e muito esforço. Estou muito grata aos meus pais, meus eleitores e amigos. Para chegar até aqui foi uma longa caminhada. Missão cumprida!”, ressaltou.  Agora vereadora empossada, Luana Rolim representa as pessoas com deficiência e prova que as pessoas com deficiência intelectual, desde que estimuladas e com oportunidades, podem ter a sua efetiva representatividade.

Luana também ficou conhecida ao ser a primeira pessoa com Síndrome de Down formada em Fisioterapia no território brasileiro.

Luana Rolim sempre estudou em escolas regulares e tem graduação em fisioterapia pela CNEC. As bandeiras defendidas pela atual vereadora são a aplicação da Lei Brasileira de Inclusão e das Tecnologias Assistivas, a inclusão da Língua Brasileira de Sinais nas escolas e a formação continuada para professores, objetivos também da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down e suas filiadas.

LUANA FISIOTERAPEUTA

“Escolhi a fisioterapia porque amo as crianças e idosos, me identifico muito com cadeirantes, pessoas com síndromes, autistas e percebo que tenho a missão de tratar a saúde de todas as pessoas de uma maneira global”, disse Luana, que formou em fisioterapia pela Faculdade CNEC Santo Ângelo-RS.

Ao contar sobre os seus planos e a relação com seus pacientes, Luana revela que  mantém um diálogo específico e coerente com a família das pessoas, instaurar uma comunicação sem tabus e na hora fazer um diagnóstico ou propor um tratamento. “Não tenho nenhum preconceito de falar”.

“Meu trabalho de conclusão de curso focou no tratamento dos meus pacientes” afirmou Luana ao explicar como foi seu TCC. Ela se aprofundou na teoria e prática da “Gameterapia” aplicada na área da fisioterapia.

O tema do TCC foi considerado inovador: “O tratamento de gameterapia nas pessoas com paralisia cerebral”.

De acordo com a fisioterapeuta, as pessoas com dificuldade de locomoção também precisam realizar mudanças de paradigmas mentais. Ela considera fundamental aliar o treinamento cerebral com ferramentas como os games. Entende que os pacientes demonstram limitações impostas pelo medo.“Um cadeirante, por exemplo, pode sentir medo de caminhar”, no seu entendimento é possível aliar o treinamento cerebral através dos games para potencializar o processo das terapias físicas.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS