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"Negra tem que morrer", afirma família de Coronel

Racismo:a família de um coronel agrediu violentamente uma jovem negra que passeava com seu cachorro.

Foto: G1 AMDayse Brilhante, vítima do racismo.
Dayse Brilhante, vítima do racismo.

FONTE: Esquerda Diário

A jovem Dayse Brilhante, de 22 anos é mais uma vítima de racismo do qual o caso vem a público nos últimos meses. As câmeras de segurança flagraram toda a agressão quando a jovem é atacada pela família de um coronel, que estava fazendo uma festa no local, na madrugada do dia 25 de junho, no bairro Parque Dez, zona Centro-Sul de Manaus.

A família agrediu violentamente a jovem que passeava com seu cachorro, como de costume, quando a esposa do coronel iniciou um linchamento juntamente com 7 outras pessoas.

Conforme boletim de ocorrência registrado pela jovem no mesmo dia, no 23º Distrito Integrado de Polícia (DIP), ao passar pela frente da casa do Coronel do Corpo de Bombeiros, onde acontecia uma festa, ela notou que estava sendo filmada por mulheres de dentro da residência, supostamente alcoolizadas.

Segundo a universitária, comentários de teor racista foram direcionados à ela, como “essa negra não deveria estar passando por aqui” e "preta". Dayse relatou que se aproximou do local e perguntou os motivos de estar sendo filmada e xingada, mas não foi respondida. A jovem seguiu em direção à casa onde mora, mas, após poucos passos, foi surpreendida com agressões feitas pela esposa do coronel.

A mãe da jovem ao chegar no local para socorrê-la perguntou a filha o motivo dela estar sendo agredida e porque estava sendo filmada, enquanto isso, a esposa do militar gritou: "Essa negra não era pra estar passando por aqui", enquanto outros membros da família diziam que negro tinha que morrer. Durante a situação os pais de Dayse foram brutalmente agredidos e Dayse teve seu celular quebrado.

"É algo que parece que já não existe. Nunca pensei que alguém pudesse se motivar a agredir outra pessoa simplesmente pela cor da pele. Só estava passeando com o meu cachorro. Não teve explicação o que eles fizeram comigo", contou Dayse.

Casos como esse se tornam cada vez mais comuns e difíceis de serem acobertados pelo estado, devido tamanha brutalidade do racismo que vem à tona de forma crescente em conjunto com a ascensão de regimes de extrema direita e autoritários. O assassinato de George Floyd nos EUA, João Pedro no Brasil e a agressão da jovem Dayse pela família do coronel são a prova viva de que o racismo é incapaz de morrer pelas mãos desse estado putrefato, que é o estado capitalista, que se torna cada vez menos acobertável na medida em que as crises econômicas avançam.

A frase "essa negra não deveria estar aqui" simboliza muito bem onde que as elites brasileiras querem que negros estejam, ou seja, nos postos de trabalhos mais precários, nos locais de moradia mais insalubres e ganhando salários miseráveis, enquanto pagam pela crise gerada pelos capitalistas com a reforma trabalhista e a reforma da previdência, além das suas vidas sendo a parcela da população que mais morre em meio a crise sanitária.

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