Pensar Piauí

Entre Luiza Erundina e Tabata Amaral, mil vezes a jovem do PSol

Entre Luiza Erundina e Tabata Amaral, mil vezes a jovem do PSol

Foto: GoogleLuiza Erundina e Tabata Amaral
Luiza Erundina e Tabata Amaral

Duas mulheres. Duas deputadas federais. Uma é jovem (tem 84 anos), usa cabelos brancos, é guerreira, nordestina, paraibana, já foi prefeita de São Paulo, enfrentou pedido de impeachment com a força popular, tem muita disposição para a luta. Um exemplo de mulher. Uma parlamentar digna, que honra o parlamento. É do PSol. A outra é velha (tem 25 anos), usa cabelos pretos, tem o falar desenrolado, paulistana, de origem humilde, mas de formação elitista (Universidade de Harvard). Elegeu-se deputada federal com contribuições advindas dos maiores empresários do país.  Em campanha, contratou o namorado com recursos do fundo partidário. Esta no primeiro mandato parlamentar dando provas de que não é a idade que renova a política. Votou a favor da reforma da previdência. É do PDT. Veja matéria do Brasil 247

Erundina dá lição em Tabata: "não manteve sua consciência de origem de classe"

A deputada Federal Luiza Erundina (PSOL-SP) deu uma lição na jovem deputada Tabata Amaral. que recentemente votou a favor da reforma da Previdência;  "Não manteve sua consciência de origem de classe" ,  disse Erundina . A entrevista foi concedida ao jornal Estado de S.Paulo. "Talvez o que haja de comum é a nossa origem. Eu nem a conheço, mas pelo que fui informada, ela é uma pessoa de origem humilde, que se dedicou ao estudo, cresceu e estudou fora do país. Isso é louvável pois ela não foi sufocada pela sua origem de classe. Mas ao meu ver, ela não manteve sua consciência de origem de classe. Já no meu caso, tenho 84 anos e mantenho a mesma visão de política, de poder e de militância que eu tinha no começo da minha vida. Há uma condição fundamental de pessoas que nascem no meio pobre e humilde, quando criam consciência de classe. Assim são influenciados por essa combinação em todas as suas ações durante a vida. Isso aconteceu comigo. Mas existem pessoas que traem sua origem de classe. É uma contradição. No caso da Tabata, digo que seria muito bom que a origem de classe dela se mantivesse no momento das decisões e opções políticas que têm impacto sobre os vários segmentos da sociedade. Eu não conseguiria nunca votar contra os trabalhadores, as pessoas de classe popular, as mulheres, os negros, os índios e os LGBTs." diz ela "Isto está na raiz do meu compromisso político. Eu fiz a opção pela política de forma tão radical que não constituí família, não tive filhos. Fiz desta forma pela força da minha origem, que é de uma família nordestina, que migrava na seca nas piores condições. Que viveu tudo aquilo que Graciliano Ramos relatou sobretudo em Vidas Secas. Minha origem de classe foi determinante para as minhas opções políticas, de vida e os espaços que eu ocupo na sociedade e no mundo", expõe a parlamentar.  

ÚLTIMAS NOTÍCIAS