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Em discurso na Câmara, Merlong denuncia sucateamento de órgãos federais

Merlong destacou o desmonte que o governo federal vem praticando em diversas instituições públicas

Foto: Paulo Sérgio (Câmara dos Deputados)Deputado Merlong Solano
Deputado Merlong Solano

 

Uma sessão solene na Câmara Federal nesta terça-feira (26) celebrou os 49 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Presente ao evento, o deputado federal Merlong Solano (PT) criticou a precarização do orçamento da Embrapa, empresa estratégica reconhecida no Brasil e no mundo como de excelência na produção de pesquisas de desenvolvimento tecnológico agropecuário. Merlong destacou o desmonte que o governo federal vem praticando em diversas instituições públicas como as universidades federais, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e órgãos ambientais.

O parlamentar pontuou a importância da Embrapa para o Brasil e que os cortes orçamentários prejudicam sobretudo o desenvolvimento científico do país. “Todas as pesquisas que permitiram a agropecuária se expandir pelo País ocorreram graças a investimentos públicos e a Embrapa tem uma parcela grande nessa expansão. No entanto, seu trabalho está sendo inviabilizado por falta de orçamento. Os investimentos eram da ordem de R$ 3,8 bilhões em 2019 e apenas R$ 3,3 bi em 2022, uma queda de R$ 500 milhões. Mais grave ainda é constatar que o valor executado é menor do que o aprovado nesta Casa. Em 2020, por exemplo, foi executado apenas 79% do orçamento aprovado. Cortes que resultam em falta de reposição do quadro de pessoal, servidores desanimados e péssimas condições de trabalho”, enumerou o deputado.

Para Merlong, “os brasileiros poderiam ficar até ‘felizes’ se o desmonte fosse apenas na Embrapa”. O deputado citou o caso da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que sofre com falta de recursos para o custeio de serviços de internet e vigilância, e o Incra, sem orçamento até para combustível. “No Incra falta dinheiro para botar gasolina nos carros para fazer uma vistoria. Um absurdo. Fora os órgãos ambientais, que estão sendo propositalmente sucateados para se transformarem em auxiliares da agressão ao meio ambiente. Bolsonaro aposta no caos, desconstrói instituições públicas de acordo com os seus interesses”, disse o petista.

“Perde a ciência, perde a educação, perde o desenvolvimento, perde a sociedade”, finalizou o deputado, conclamando os diversos setores sociais, sindicais, políticos e religiosos para a defesa das instituições públicas.

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