Política

Cidadania e Marina Silva se solidarizam com PT após ataques

A sigla e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram alvos dos religiosos

  • sábado, 7 de maio de 2022

Foto: Montagem pensarpiauíMarina Silva e Cidadania
Marina Silva e Cidadania

 

O Cidadania divulgou uma nota oficial se solidarizando com os ataques sofridos pelo PT. Na última semana, a sigla e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram alvos de pastores.

O pastor José Wellington Costa Junior, presidente da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil) chamou Lula de “laço do diabo” e o líder religioso Bezerra da Costa afirmou que o PT é o “Partido das Trevas”.

“Alguns pastores ainda vêm trazer proposta do PT, pedir para que (a gente) receba outro candidato. Não cabe. O inferno não tem como entrar em lugar santo”, disparou Wellington.

O episódio repercutiu nas redes sociais e o Cidadania decidiu se manifestar, já que os ataques têm sido frequentes.

Confira a nota do Cidadania em solidariedade ao PT:

O Cidadania alerta para a cada vez mais beligerante posição de alguns pastores que, longe de representar o que pensa o diverso grupo de evangélicos brasileiros, vêm perpetrando ataques reiterados ao Estado Laico, à democracia e, em especial, ao Partido dos Trabalhadores, com o qual são conhecidas as nossas divergências.

Nos solidarizamos com o PT e nos posicionarmos terminantemente contra a postura fundamentalista e totalitária de alguns líderes que estão mais devotados à causa própria que à fé que dizem professar, do que os meliantes metidos em maracutaias no Ministério da Educação são apenas um exemplo.

As declarações recentes de alguns pastores e a campanha contra o PT vinda de certas lideranças religiosas são estarrecedoras. Atentam contra a laicidade, a democracia e a Constituição, que lhes garante a liberdade de culto, ao lançar sobre o partido o anátema do inimigo.

Concorde-se ou discorde-se de suas posições, o PT é parte da institucionalidade nacional. A democracia e o debate político comportam apenas adversários. Qual o próximo passo dos fundamentalistas? Reeditar uma Santa Inquisição e queimar na fogueira todos aqueles de que discordam? O país não é uma República teocrática nem os brasileiros que eles pensam liderar desejam isso.

Mas sua atuação vai no sentido de aprofundar a divisão e a polarização na sociedade brasileira, trabalhando contra os princípios de suas próprias religiões. Temos visto como alguns setores insuflados por fundamentalistas têm partido para a violência contra brasileiros que encontram sua fé nas religiões de matriz africana.

A liberdade garantida pela Constituição impõe o respeito à liberdade do outro. Tais agressões devem ser veementemente repelidas. Esse tipo de linguagem fantasiosa, que associa adversários a demônios, infernos e outras imagens fabricadas, é inadmissível em qualquer país que respeite os direitos humanos.

A liberdade religiosa não pode servir de escudo para interesses escusos de uns poucos nem para oprimir e agredir os que porventura pensem diferente ou professem outra fé. Tocarão fogo nas instituições democráticas porque delas discordam? Esse é um chamado ao bom senso de homens e mulheres de fé.

O verdadeiro inferno seriam desdobramentos violentos de uma eventual tentativa de golpe nas eleições de outubro, colocando brasileiros contra brasileiros. É preciso deter a marcha da insensatez. A comunidade evangélica tem de se levantar contra esse visão torta da religião, das liberdades e da democracia.

Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania

Marina Silva 

A ex-ministra Marina Silva (Rede) foi às redes sociais, nesta sexta-feira (6), para prestar solidariedade ao ex-presidente Lula (PT), que teve o carro cercado por meliantes bolsonaristas e manifestantes de extrema direita, ao sair de um condomínio em Campinas (SP). 

“Inadmissível o que aconteceu nesta manhã em Campinas. Isso não é política. É um ato de covardia. Me solidarizo com o pré-candidato Lula. Não se pode permitir que a violência política integre o processo eleitoral como tática para chegar ao poder”, publicou Marina.

Em seguida, ela acrescentou: “As autoridades responsáveis pela segurança pública no país precisam agir com prontidão para evitar que tais cenas se repitam daqui em diante. A integridade física e a vida dos pré-candidatos também estão sob suas responsabilidades".

Em entrevista ao jornal O Globo, no domingo (1), Marina afirmou que não compareceu ao ato de apoio da Rede Sustentabilidade a Lula, no dia 28 de abril, por "uma questão de raiva ou mágoa", mas por "divergências políticas".

Mesmo assim, a ex-ministra sinalizou que está "aberta ao diálogo" com o ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto para voltar ao Planalto.

Ciro repudia tentativa de agressão

O candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, também foi às redes sociais, nesta sexta-feira (6), para repudiar o ataque sofrido poe Lula, em Campinas. 

Ao divulgar seu repúdio, Ciro, no entanto, falou em "polarização raivosa" e citou "grupamento radical de prováveis lulistas", em referência à ocasião em que foi vaiado e hostilizado por manifestantes em um protesto contra Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em outubro de 2021. 

"Repudio a tentativa de agressão física a Lula, em Campinas, produzida pela militância raivosa e autoritária de Bolsonaro. Eu sei bem o que é isso porque fui atacado por uma corja bolsonarista, em Ribeirão, e por um grupamento radical de prováveis lulistas, na Paulista", escreveu o pedetista. 

"Não surpreende que o clima de ódio, criado pela polarização raivosa e despolitizada que domina o país, comece a gerar estes lamentáveis incidentes. Ainda é hora de refletirmos e cobrarmos serenidade para evitar que o ambiente se torne insustentável", prosseguiu. 

Siga nas redes sociais

Deixe sua opinião: