Pensar Piauí

Carta aberta às jogadoras brasileiras na Copa

As jogadoras brasileiras acabaram não participando da pesquisa – o país não atingiu o número mínimo de respostas necessárias – mas a realidade por aqu

Escrevemos essa carta à Marta, à Formiga e demais jogadoras da seleção brasileira que deram duro pra chegar onde estão e podem ser porta-vozes dos protestos sobre a desigualdade e principalmente a violência contra as mulheres.

Se pensarmos que até 1979 o futebol feminino no Brasil era proibido, vemos que também aí as mulheres avançaram muito. Mas olhando um pouco mais de perto vamos ver que ainda estamos longe.

O futebol feminino está em transformação ao redor do mundo, recebendo mais investimento e estrutura. No entanto, o cenário da modalidade ainda é bem preocupante, até mesmo nos lugares mais desenvolvidos.

Uma pesquisa organizada pelo Sindicato Internacional de atletas do futebol (FIFPro) em parceria com a Universidade de Manchester (julho 2018) que  teve a participação de 3.600 jogadoras que atuam nos mais diversos países de Europa, África, Ásia e Américas, mostrou que 49,5% de todas as entrevistadas jogam sem receber salários dos seus clubes, a não ser eventualmente ajuda de custo e/ou moradia. Um total de 47% não têm qualquer vínculo contratual formal com as equipes por onde atual.

Sem receber pelos clubes, a saída para muitas jogadoras é manter outro emprego além do futebol para poderem se sustentar. De acordo com a pesquisa, essa é a realidade de pelo menos 30% das atletas, que levam uma dupla jornada de trabalho para seguirem no futebol.

O Sindicato dos Jogadores também mostrou a realidade salarial das atletas do futebol feminino – entre as que recebem algo para jogar, 60% não ganham mais do que US$600 (cerca de R$ 2,4 mil). E uma maioria delas também entende que terá de abandonar cedo a carreira no futebol para buscar algo que dê melhores condições de vida.

Fonte: Pensar Piauí

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