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Bolsonaro sobre novo valor do auxílio emergencial: 'Não será de R$ 200 e nem de R$ 600'

Chefe do Executivo também anunciou a suspensão da proposta feita pela equipe econômica sobre o Renda Brasil

Foto: ISNBolsonaro não escondeu sua insatisfação com a proposta feita pela equipe econômica sobre o Renda Brasil
Bolsonaro não escondeu sua insatisfação com a proposta feita pela equipe econômica sobre o Renda Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou, nesta quarta-feira (26), durante a reinauguração do Alto-Forno 1, da Usiminas, em Ipatinga, no Vale do Aço, sobre a extensão do término do auxílio emergencial, marcado para dezembro. Bolsonaro disse que ainda está definindo o novo valor com a equipe econômica, mas que “não será de R$ 200 e nem de R$ 600”.

Bolsonaro disse que, “lamentavelmente, o auxílio emergencial tem que ter um ponto final”, se referindo ao alto custo mensal gerado pelo programa ao governo federal, na ordem de R$ 50 bilhões, segundo o presidente. O chefe do Executivo afirmou que “não pode bancar eternamente 65 milhões de pessoas”.

“Criamos um auxílio emergencial para durar três meses, num primeiro momento. Quando chegou no terceiro mês, prorrogamos mais dois meses. Completamos cinco meses do auxílio de R$ 600. Isso custa R$ 50 bilhões por mês. É uma conta pesada. Sabemos que os R$ 600 é pouco para muita gente que recebe, mas é muito para um país que se endivida. E lamentavelmente, como é emergencial, temos que ter um ponto final disso. Não podemos bancar eternamente 65 milhões de pessoas com R$ 600, R$ 1.200 ou até R$ 1.800. Resolvemos, então, estender até dezembro. O valor não será R$ 200 e nem R$ 600. Estamos discutindo com a equipe econômica”, afirmou.

Nessa terça (25), em um evento em Brasília, Bolsonaro havia dito que tinha expectativa de que o novo valor fosse definido até sexta. A tendência é que a quantia fique entre R$ 250 e R$ 400.

Proposta referente ao Renda Brasil está suspensa

Ainda em Ipatinga, Bolsonaro comentou sobre a proposta formulada pela equipe econômica, chefiada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, referente ao programa Renda Brasil, que está sendo elaborado para substituir o atual Bolsa-Família e que pretende agregar a população que recebe o auxílio emergencial. O presidente não escondeu a insatisfação com o projeto ao dizer que, nos atuais moldes sugeridos pelo time de Guedes, está suspenso.

“A proposta que a equipe econômica apareceu para mim não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos. Não podemos fazer isso aí”, disse Bolsonaro.

A principal insatisfação do presidente está na ideia de usar os recursos que financiam o abono salarial, pago para quem recebe até dois salários mínimos, para bancar o Renda Brasil. “Como a questão do abono salarial, para quem tem até dois salários. Seria um 14º, não podemos tirar de 12 milhões de famílias para dar para o Bolsa Família, ou Renda Brasil, seja o que for o nome deste programa", concluiu.

O evento, que contou com a presença de Bolsonaro e de Romeu Zema, governador de Minas, marcou a retomada da produção do Alto-Forno 1 e da Aciaria 1 da usina de Ipatinga. O trabalho estava paralisado desde o início de abril deste ano, devido à pandemia do novo coronavírus.

Bolsonaro baterá martelo sobre Renda Brasil na sexta-feira

O ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "baterá o martelo na sexta-feira (28)" sobre as alternativas de implementação do programa de distribuição de recursos Renda Brasil. "Teremos uma reunião técnica na sexta-feira pela manhã com os técnicos de cada ministério e no final da tarde, com o presidente da República, teremos a oportunidade de definir qual a política que será apresentada ao Congresso", afirmou Marinho em entrevista à rádio Bandeirantes hoje (26).

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