Bolsonarista que humilhou eleitora de Lula é identificado
Cássio Joel Cenali responde a vários processos, entre eles, por ter recebido o auxílio e por não pagar impostos

O bolsonarista que aparece em vídeo que viralizou nas redes sociais humilhando uma mulher em situação de vulnerabilidade social, afirmando que irá cortar fornecimento de alimento ao descobrir que a mulher é eleitora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi identificado.
Trata-se Cassio Joel Cenali, e teve a identidade divulgada pelo site Portal 6. Cássio é empresário no ramo agropecuário com cultivo de milho e criação bovina. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) mostra que ele responde a processos por não pagamentos de impostos. Cássio também foi condenado em uma ação de cobrança a pagar R$ 32 mil, em um caso onde ele negou ter recebido uma boiada com 21 cabeças de gado, fato que ficou comprovado no processo ter acontecido.
Como típico “cidadão de bem”, no Instagram o sujeito se apresenta com o slogan bolsonarista “Deus acima de tudo e Brasil acima de todos”, além da referência ao versículo João 8:32, que diz “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Segundo o deputado federal André Janones, Cássio recebeu o auxílio emergencial R$5.250,00 indevidamente: “Esse é Cássio Joel Cenali, o agricultor Bolsonarista que humilhou a senhora por ela votar em Lula. Cássio responde a vários processos, entre eles, por ter recebido o auxílio e por não pagar impostos. Nas redes, se apresenta com o slogan: Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”, divulgou o deputado André Janones nas redes sociais.
Esse é Cássio Joel Cenali, o agricultor Bolsonarista que humilhou a senhora por ela votar em Lula. Cássio responde vários processos, entre eles, por ter recebido o auxílio e por não pagar impostos.Nas redes, se apresenta com o o slogan: Deus acima de tudo, Brasil acima de todos. pic.twitter.com/DYcKuzVTBf
— André Janones 7040✌️ (@AndreJanonesAdv) September 11, 2022
O Diário do Centro do Mundo, havia publicado o vídeo do bolsonarista e um texto a respeito ontem. Acompanhe aqui:
O Brasil precisa ser salvo urgentemente dos cidadãos de bem que humilham mulheres com fome
O bolsonarista que humilhou uma mulher humilde negando-lhe uma marmita por ela dizer que votaria em Lula não está apenas cometendo crime eleitoral.
É muito pior que isso.
Ele é o retrato da perversidade do falso cristão, do cidadão de bem, dessa malta que enche as ruas e as igrejas e depois mata alguém de fome ou de tiro.
É uma das cenas mais abomináveis num país que se tornou refém de uma minoria hedionda.
Certamente aquela não é sua única vítima. Quantas outras pessoas o homem achacou dessa maneira? Quem paga essas marmitas?
Até agora não se sabe sua identidade. O vídeo foi postado nas redes pelos Jornalistas Livres.
Houve tempo em que o canalha se escondia. Hoje ele tem orgulho de aparecer e se filmar porque o imbrochável autoriza e estimula.
No comício do 7 de setembro, Bolsonaro falou em “extirpar” seus adversários. Já declarou que “esquerdistas não merecem ser tratados como pessoas normais” e defendeu que se mandasse os inimigos para a “ponta da praia”, gíria para desova de cadáveres na ditadura.
Hitler desumanizou judeus para poder exterminá-los.
O sujeito que faz isso com uma senhora está exercendo sua perversão em nome do líder fascista porque Bolsonaro é a lei e tudo é permitido. Essa barbárie ocorreu debaixo dos nossos narizes ao longo de quatro anos e está devidamente institucionalizada.
O escritor francês George Steiner, morto em 2020, disse uma vez que o nazismo “não surgiu no deserto de Gobi ou na floresta tropical da Amazónia”.
“Originou-se no interior e no cerne da civilização europeia. Os gritos dos assassinados ecoaram a pouca distância das universidades; o sadismo aconteceu a uma quadra dos teatros e dos museus”.
É preciso reagir. A questão é saber se não é tarde demais.
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