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As “energias limpas” e seus danos socioambientais

Elas causam impactos ambientais não desprezíveis, como morte de animais e destruição de vegetação nativa.

Foto: ReproduçãoEnergias eólica e solar
Energias eólica e solar

Embora a energia eólica – aquela gerada pela força dos ventos – seja reconhecidamente uma fonte limpa de eletricidade, ela tem um lado negativo, que causa impactos ambientais não desprezíveis, como morte de animais e destruição de vegetação nativa. 

Apesar de renovável, ela não é inofensiva à natureza. Há impactos sobre a fauna, principalmente morcegos e aves, que controlam pragas. Eles se chocam contra as pás das hélices e morrem.

A região Nordeste é responsável por 86% da produção de energia eólica do Brasil, com destaque para a Caatinga, que abriga 78% de todas as turbinas instaladas no país. Segundo a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), são 805 parques, 708 deles no Nordeste. Ao todo são 8.211 torres instaladas somente na região. 

Já a energia solar, mesmo possuindo menores danos ambientais, sendo a fonte de energia com a menor emissão de poluentes, ainda existem alguns impactos que devem ser considerados, como a produção e descarte de placas solares ou instalações de usinas fotovoltaicas.

A construção desse tipo de usina causa impactos relacionados ao meio biótico do local, ou seja, pode causar danos aos ecossistemas presentes na área. Os principais danos são em relação às vegetações, que ficam comprometidas com a terraplanagem realizada e com o sombreamento gerado pelos módulos solares.

Os animais que estão no local também podem estar em risco, já que acidentes podem acontecer ao abrir espaço para a construção das usinas. Além disso, a alimentação dos animais fica prejudicada devido às mudanças de padrões, e a vegetação que serve de alimento para eles pode ficar mais escassa devido à construção.

De acordo com a reportagem do jornalista Carlos Madeiro, no UOL, o avanço de usinas de energia solar desmata e também exclui moradores no semiárido.

“A energia é limpa e renovável, porém os parques precisam desmatar grandes áreas para serem erguidos e isso gera problemas às comunidades vizinhas, dizem pesquisadores e moradores. O problema não é o uso da energia solar, mas, sim, o modelo de grandes empreendimentos. Isso limitou, por exemplo, o acesso à energia solar para pequenos produtores e criadores. 

Quem mora nessas regiões alega que não tem direito a ser abastecido pela energia solar. Dessa forma, as casas seguem energizadas pelo modelo convencional, sem vantagem”, diz a reportagem. 

A energia eólica também incomoda os moradores do entorno das turbinas e das torres, já que fazem um alto ruído e atrapalham a paisagem do local.

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