Pensar Piauí

Ailton Krenak faz crítica a política anti-indígena e predatória do governo Bolsonaro

O ativista indígena esteve em Teresina participando de eventos ligados a cultura indigena

Foto: Rafaela LealAilton Krenak
Ailton Krenak

 

O jornalista, escritor, pesquisador, ambientalista e líder indígena Ailton Krenak, de 68 anos, participou na manhã da sexta-feira (20) de uma coletiva de imprensa no Centro Cultural do Sesc de Teresina. Krenak é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional. 

Na ocasião mencionou a Revisão Periódica Universal, promovida pela ONU nos países a cada três anos. Que tem como objetivo examinar se a aplicação dos direitos humanos está sendo feita. O Brasil recebeu 242 recomendações, mas 80% foram descumpridas pelo governo Bolsonaro.

“Esse relatório é muito importante, nós recebemos a senhora Victoria Tauli-Corpuz, relatora na América Latina. O Brasil aparece como o Estado mais desrespeitoso com o direito desses povos. O Brasil já foi acusado no fórum internacional por prática de genocídio. A possibilidade de ter mais uma vez um governo que continua violando as recomendações da ONU, pode representar a perda de importância do Brasil no mundo. A gente passa a ser visto como um país atrasado e declinante. Respeitar os direitos humanos é o princípio geral para o desenvolvimento de um país. Se a gente tiver que sofrer mais um período de governança anti-indígena, predatório, nós vamos acrescentar muito sofrimento a um povo que está bastante castigado por falta de reconhecimento dos seus direitos”, disse o ativista. 

Krenak também fez menção a realidade dos povos indígenas do nosso estado. Segundo ele, esse sofrimento e essa cultura de apagamento existe desde antes da década de 90. 

“Se você fizesse uma busca, encontraria que no estado do Piauí não tinha mais indígenas, isso é uma declaração de extinção. Depois, a partir da constituinte, na década de 90, começaram a levantar o reconhecimento da existência de povos indígenas sem terra, sem demarcação, mas espalhado no meio da população, vivendo em condições de pobreza e abandono. Não há uma política pública de reconhecimento de verdade, por não terem reconhecimento da Funai, Governo Federal e estadual. A união é responsável por isso, e como temos esse governo ficamos na contramão”, declarou Karnak. 

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