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Agronegócio banca palestras que negam o aquecimento global

O agronegócio tem bancado palestras para espalhar que o aquecimento global é uma fraude

Foto: DivulgaçãoRicardo e Luiz Carlos
Ricardo e Luiz Carlos

O agronegócio tem bancado palestras para espalhar que o aquecimento global é uma fraude. Em faculdade no Mato Grosso, maior produtor de soja do país, estudantes de agronomia tiveram de ouvir o mito no ano de 2019. O palestrante era Ricardo Felicio, meteorologista e professor da Universidade de São Paulo.

“Os objetivos [de quem fala em mudanças climáticas] são congelar os países em desenvolvimento. O Brasil é o principal foco dessas operações que envolvem meio ambiente e clima. A ideia da mudança climática e dessas questões ambientais são para segurar o nosso desenvolvimento”, disse ele. A apresentação era intitulada “Aquecimento global, mito ou realidade?”. Foi exibida em nove faculdades e dois sindicatos do estado. Todas elas bancadas pela Aprosoja, associação de produtores de soja e milho.

Felicio e Luiz Carlos Molion fizeram ao menos 20 palestras desse tipo nos últimos três anos. Nelas, negam o aquecimento global antropogênico. Elas são pagas e vistas por ruralistas.

Molion é professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas. Ele fez palestras promovidas por diversas entidades, como a Cooperativa Agrícola de Unaí, em Minas Gerais e a Associação Avícola de Pernambuco, a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém, com o patrocínio oficial do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo.

Também já participou de palestras em universidades como a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a UFPB (da Paraíba).

Ricardo Felicio é professor do departamento de Geografia da USP e foi contratado pela Aprosoja Mato Grosso em 2019. É conhecido por ser negacionista. Além de achar que o aquecimento global não existe, já chamou a pandemia de “fraudemia” e disse que vacinas causam danos maiores que a Covid-19.

Em 2018, ele concorreu ao cargo de deputado federal pelo PSL, então partido de Jair Bolsonaro. Não teve sucesso.

Com informações do DCM

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