A derrota que a esquerda sofreu no Chile não foi pequena

Dcm - O geógrafo, professor de economia e planejamento Elias Khalil Jabbour comentou em seu Twitter sobre os problemas da esquerda na América Latina e de como isso afetou alguns países, mas em especial afetou mais atualmente o Chile. Em trechos de sua publicação ele diz:

“Uma derrota razoável. A derrota que sofremos no Chile não foi pequena. Não entendo daquela realidade a ponto de me propor a um balanço. Mas existem questões que ficam claras.

A primeira delas é a capacidade de uma das direitas mais organizadas do mundo se nutrir das fragilidades de forças políticas do campo progressistas incapazes de se ater ao fundamental e se perder em pautas – apesar de justas – difusas e muitas delas com resistência popular aberta.”

“Por que perdemos? Perdemos porque muito do que pensamos como justo, correto e verdadeiro não caber na subjetividade anexa ao atual nível da contradições entre forças produtivas x relações de produção. Em outras palavras: não estamos na Dinamarca. Estamos na América Latina. Elevemos a base material, depois pensamos no dia seguinte.”

“O que é ser de esquerda na América Latina hoje? É deslocar a centralidade da questão nacional em prol do que mesmo? É se portar com arrogância diante da chamada ‘esquerda tradicional’, ou seja, a esquerda que REALMENTE fez revolução e governa de forma vitoriosa países como a China, Cuba e Vietnã? Não temos nada a aprender com essas experiências? Vamos bater nas experiências de cerco e aniquilamento que sofrem Nicarágua e Venezuela? Em nome de quais valores de ‘esquerda’? Tratam-se de dois países que Boric deveria fazer um estágio de governo, não ter como alvo.”

“Fico triste com este retrocesso no Chile.”

“Ocupar as ruas sem política e estratégia é abrir condições para o que um dia Marx nos chamou a atenção: 1) não devemos brincar com essa história de mudança de regime e 2) tentar implantar novas relações de produção em velhas forças produtivas pode levar a profundos retrocessos políticos.”

Jabbour finaliza dizendo que: “O fascismo se alimenta de muitas fontes, entre elas a de quem acredita ser possível pautar as leis da natureza.”

Confira:

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