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Oscar de Barros

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O governador do Piauí Wellington Dias e impeachment de Bolsonaro

Foto: VejaWellington Dias
Wellington Dias

A revista Veja desta semana traz em suas páginas amarelas uma entrevista com o governador do Piauí, Wellington Dias. Aqui

E a entrevista está dando o que falar. A Veja apresenta Wellington Dias como um moderado – o que de fato ele é.

Mas a polêmica principal que a entrevista trouxe foi quando Wellington Dias disse que não via existência de provas concretas, ainda, para o impeachment de Bolsonaro.

Esse é o ponto!

Wellington Dias falou da relação dele (e do PT) com o Centrão, de episódios de corrupção com o PT, de Aécio Neves e de outros assuntos que muitos podem até discordar. Mas é o debate político; e, quem quiser enfrentar Wellington Dias aí nesta seara terá que ter muitos cuidados porque ele é especialista no assunto.

Já, isentar Bolsonaro do impeachment, foi um deslize do governador do Piauí.

O pensarpiaui traz um placar do impeachment do presidente com a posição de cada um dos 10 deputados federais do Estado sobre esta questão. Da bancada piauiense apenas 2 são favoráveis ao impeachment, o deputado Merlong Solano e, vejam só, a deputada Rejane Dias, esposa do governador Wellington Dias.

Não que o casal não possa ter opinião divergente. Mas vou adiante.

As ruas do país já falam abertamente de um “Fora Bolsonaro”. Essa é a linguagem popular. Para expressar politicamente esta vontade foi criado o termo “impeachment”. Daí que se espera de um líder político fina sintonia entre seu pensar e o pensar de seu Partido e das ruas.

Outro elemento que mostra que Wellington Dias não deveria ter isentado Bolsonaro do impeachment é o número de pedidos neste sentido que estão na Câmara dos Deputados. Isso é inédito na história do Brasil – o mandatário do país tem mais de 100 pedidos de afastamento do cargo que são segurados por um presidente da Câmara que também é merecedor de impeachment.

O próprio Partido de Wellington Dias, subescreve pedidos de impeachment que estão sob a guarda de Arthur Lira. Mas não só o PT, as mais variadas entidades e personalidades da vida pública do país e de diferentes matizes políticas.

Com todas as letras: Jair Bolsonaro teria que ser impedido de presidir o país.

Nestes tempos de pandemia tem se falado muito de respeitar a Ciência e cientistas. Levanto aqui uma questão: que pensam sobre o afastamento de Bolsonaro os cientistas Miguel Nicolelis e Pedro Hallal? – Isto para ficar apenas em dois!

Mas não é porque a Rejane Dias é favorável ao impeachment, cientistas, o PT ou outras organizações que ele deve sofrer impeachment. Bolsonaro tem que ser impedido porque cometeu diversos crimes. Contra a Constituição, na administração pública e, principalmente, contra a vida dos brasileiros.

Na qualidade de governador do Piauí, de presidente do Consórcio Nordeste, mas principalmente pela inteligência que tem, Wellington Dias sabe (e o mundo inteiro também) que Jair Bolsonaro já fez por onde ser “impichado” há muito tempo.

No tocante ao restante da entrevista o que se vê é o velho, bom e moderado Wellington Dias. Não se queira deste homem posições demasiadas esquerdistas (termo aliás já abandonado por ele), porque não as verão.

Assim se fez Wellington Dias: um homem de diálogo e acordos políticos, e, além do mais, a vontade popular demonstra que o Índio sabe fazer política como ninguém. Afinal, é o único brasileiro eleito governador de estado por 4 vezes em primeiro turno de eleições gerais.     

    

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