Pensar Piauí

Marcelo Rossi  e Fabio de Melo demoraram, e ao falar, nada disseram

Internautas cobraram manifestação, padres falaram, mas foi o mesmo que nada

Foto: Montagem pensarpiauiPadres Fabio de Melo, Marcelo Rossi e Julio Lanellotti
Padres Fabio de Melo, Marcelo Rossi e Julio Lanellotti

Internautas usaram as redes sociais para cobrar um posicionamento de padres famosos sobre o pároco Júlio Lancellotti se tornar alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo. O sacerdote Marcelo Rossi e o padre Fabio de Melo demoram a se expor publicamente neste tema.

E quando o fizeram foi com evazivas!

Marcelo Rossi fez um pronunciamento na tentativa de cessar os apêlos de quem pede que ele opine a respeito da chamada CPI das ONGs.

“Quando estiver no calor da raiva, prefira ficar em silêncio. Se as suas palavras forem fofocas, escolha ficar em silêncio. Se você só vê defeito nas coisas ou pessoas, fique em silêncio. Se você não ouviu os dois lados da história, fique em silêncio”, publicou Rossi em um carrossel no seu perfil oficial no Instagran. E completou na legenda do post: “Amados, se soubéssemos o valor do silêncio… A palavra de Deus diz: ‘Silêncio vale ouro, Silêncio não é covardia, mas sabedoria daqueles que amam a Deus’.”

A publicação do padre Marcelo Rossi foi interpretada como uma indireta aos fiéis e um recado de que ele não deve emitir opinião sobre o assunto. A atitude não agradou parte dos seus seguidores, que logo responderam: “Não confunda silêncio com omissão”, escreveu um internauta seguido da hashtag #protejamopadrejuliolancellotti. “O padre Júlio Lancellotti não se cala diante do sofrimento dos filhos de Deus”, comentou outro.

Já o padre Fabio de Melo, chamado pela internet de Alok de Aparecida do Norte, levou dias para se manifestar a respeito da brutal perseguição ao padre Julio Lancellotti. E, quando finamente resolveu falar, não disse nada:

"A @arquidiocesedesaopaulo emitiu uma nota oficial para tratar dos assuntos que envolvem a atual situação do @padrejulio.lancellotti. Conheci o padre Julio quando eu ainda era seminarista, na Pastoral Carcerária. Ao longo dos anos, em campanhas específicas, ajudei e divulguei o seu trabalho social. Recentemente falei com ele, prestei minha solidariedade. Neste momento, peço que Deus o fortaleça, que o conduza, e que tudo se esclareça o mais rápido possível". 

Após ser cobrado pelas redes até o limite do insuportável, resolveu falar. Ele começa citando a manifestação da Arquidiocese de São Paulo, uma espécie de Governo do Estado da Igreja Católica. Diz que o órgão emitiu uma nota “para tratar dos assuntos que envolvem a atual situação do padre Julio”. Alto lá, padre. A Arquidiocese não emitiu uma nota para tratar de assuntos, mas sim para condenar a perseguição a Julio Lancellotti e ser dizer “perplexa” com a situação.

O desfilar de amenidades prossegue com Fabio de Melo dizendo ter ajudado a divulgar o trabalho social do colega. Bonzinho ele, não? Ao final de tudo, após alegar ter dado um telefonema de solidariedade ao padre Julio, faz o que religiosos descomprometidos com causas sociais costumam fazer, ou seja, jogar a responsabilidade para Deus:

“Neste momento, peço que Deus o fortaleça, que o conduza, e que tudo se esclareça o mais rápido possível.”

Parafraseando o famoso pároco que gosta de ser celebridade, neste momento, só peço a Deus que dê a ele um pouco que seja da coragem que sobra em Julio Lancellotti.

Com informações do Metrópoles e Fórum

ÚLTIMAS NOTÍCIAS