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Lula quer investir R$ 1 bilhão para repatriar cientistas

Levantamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação aponta que há mais de 35 mil pesquisadores brasileiros no exterior

Foto: Edward Jenner/PexelsLula quer investir R$ 1 bilhão para repatriar cientistas
Lula quer investir R$ 1 bilhão para repatriar cientistas

 

Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), declarou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem planos de alocar R$ 1 bilhão para trazer de volta ao Brasil cerca de mil cientistas que atualmente residem fora do país. Segundo uma estimativa inicial do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), ao qual o CNPq é subordinado, existem pelo menos 35 mil pesquisadores brasileiros no exterior com títulos de mestrado e doutorado.

"Nós fizemos um levantamento muito preliminar e chegamos na ordem de 35 mil brasileiros [fazendo pesquisa fora]", declarou Galvão. "Nós lançamos uma proposta ao FNDCT e gostaríamos de atraí-los de volta ou, aqueles que não vierem, que tenham um canal de colaboração com o Brasil”. A criação de um programa de incentivos financeiros visa atrair e fixar no Brasil pesquisadores brasileiros que realizaram sua formação acadêmica no país, seja parcial ou integralmente. 

Essa iniciativa busca combater um fenômeno que ocorre quando esses profissionais optam por se estabelecer em outras nações, levando consigo conhecimento e expertise que poderiam contribuir para o avanço científico e tecnológico do Brasil, chamado “fuga de cérebro”.

Batizado de Programa Conhecimento Brasil, o projeto oferecerá, por meio de bolsas especiais, um valor mensal de R$ 13 mil, que é comparável ao salário de um professor adjunto em universidades federais. Além disso, o programa também disponibilizará um fundo de até R$ 400 mil para a instalação de laboratórios.

O CNPq anunciou a liberação de R$ 400 milhões do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para o investimento. Os recursos serão destinados aos fundos setoriais do Orçamento federal, gerenciados pelo FNDCT e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e será feito ao longo de três anos, por meio de duas chamadas públicas que serão lançadas simultaneamente. Ainda não há data definida para o lançamento das chamadas.

O CNPq, além de se empenhar na repatriação de cientistas, também está focado em encorajar a participação de meninas e mulheres, especialmente nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). No começo deste ano, o conselho anunciou uma chamada para bolsas de doutorado sanduíche no exterior e pós-doutorado, com um fundo total de R$ 6 milhões, destinado especificamente a pesquisadoras negras, indígenas, quilombolas e ciganas.

Com informações da Forum

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