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Consórcio Nordeste cria fronteira contra drogas e armas

Consórcio Nordeste cria fronteira contra drogas e armas

Foto: GoogleNordeste forte
Nordeste forte

Nordeste forte, para um Brasil verdadeiramente forte Por Sérgio Fontenele, jornalista A integração político-administrativa dos governadores do Nordeste é uma das novidades positivas do momento. Um dos fatores que possibilitaram essa inédita integração se refere ao fato de estarem no mesmo campo ideológico. Podem todos serem considerados de esquerda ou centro-esquerda, o que estreitou laços entre eles. Na reunião de ontem, os gestores nordestinos anunciaram a criação de uma “fronteira”. Ela serviria para combater o tráfico de armas e drogas na região, através de esforço cooperativo policial. É uma das ações do Consórcio Nordeste, nome dado a este histórico processo de integração regional no País. A fronteira anunciada contra drogas e armas será efetivada com a criação de uma rede de inteligência e tecnologia, a ser intensificada neste sentido. Trata-se de uma iniciativa elogiável e muito positiva, pois enseja cooperação entre unidades irmãs da Federação. Portanto, além da afinidade cultural e geográfica, passa a emergir uma de ordem político-administrativa. Somando-se esforços, há maiores possibilidades de encontrar soluções para os problemas enfrentados. Embora a criação do Consórcio Nordeste não se deva, à hostilidade manifestada pelo presidente Jair Bolsonaro, as manifestações de preconceito contra a região, por parte do presidente, acenderam um sinal amarelo, e fizeram com que os governadores nordestinos buscassem união maior diante das ameaças que surgem no horizonte caracterizado por incertezas e baixas perspectivas. Contra inaceitáveis ameaças. Ainda que sejam apenas ameaças – o que já seria inaceitável e inconstitucional –, não podem ser menosprezadas. O Nordeste sempre foi, em todo o período republicano – e mesmo durante o Império –, controlado por oligarquias. Era a terra dos coronéis, que detinham o exclusivo, totalitário e cruel domínio político contra a sociedade e o respectivo desenvolvimento. O poder era exercício em função e benefício de uma minoria que se locupletava de um estado patrimonialista. Toda e qualquer forma de sublevação das massas ou insurreição era brutalmente reprimida e sufocada. Grande parte da população nordestina permaneceu abandonada por seus governantes estaduais ao longo de décadas e décadas. Mas a partir do século XXI essa realidade começou a mudar, através das políticas de inclusão e crescimento econômico, implementadas por lideranças políticas cujas origens são populares, consequentemente, fruto de um processo de organização social por meio dos sindicatos e demais movimentos. O comando agora passa, paulatinamente, às mãos das forças progressistas, portanto, mais sensíveis à questão social. E mesmo que eventuais retrocessos sejam de caráter macro, ou seja, venham de cima para baixo – no caso, o governo Bolsonaro –, essa integração visa garantir as conquistas alcançadas de forma mais recente, e colaborar com o esforço para eventual correção de rumos tomados pela nação. Um Nordeste forte, desenvolvido, mais justo socialmente e integrado, é necessário não apenas para a própria região, mas todo o Brasil.

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