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Como será amanhã?

Como será amanhã?

"A morte de uma combatente não acaba uma revolução". Essa foi a frase mais marcante dita pelo ex-presidente Lula nesse sábado, 07, em frente ao Sindicato de Metalúrgicos do ABC Paulista, onde ficou durante dois dias antes de se entregar à Polícia Federal em Curitiba.
Ela exala uma incerteza para os dias que virão e justifica todo o comportamento de Lula desde que a sua prisão foi decretada. Ali ele recebeu o apoio das principais lideranças do partido e da família. Uma militância em lágrimas fez uma grande vigília. Tentaram impedir a sua saída do sindicato, cantaram músicas que apontam que a verdadeira revolução ainda está por vir.
Foram de Lula as seguintes palavras:
"Não adianta tentar acabar com as minhas ideias, elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las.
Não adianta parar o meu sonho, porque quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês e pelos sonhos de vocês.
Não adianta achar que tudo vai parar o dia que o Lula tiver um infarto, é bobagem, porque o meu coração baterá pelos corações de vocês, e são milhões de corações.
Não adianta eles acharem que vão fazer com que eu pare, eu não pararei porque eu não sou um ser humano, sou uma ideia, uma ideia misturada com a ideia de vocês. E eu tenho certeza que companheiros como os sem-terra, o MTST, os companheiros da CUT e do movimento sindical sabem. E esta é uma prova, esta é uma prova. Eu vou cumprir o mandado e vocês vão ter de se transformar, cada um de vocês, vocês não vão se chamar chiquinho, zezinho, joãozinho, albertinho… Todos vocês, daqui pra frente, vão virar Lula e vão andar por este país fazendo o que vocês têm que fazer e é todo dia! Todo dia!
Eles têm de saber que a morte de um combatente não para a revolução.
Eles têm de saber. Eles têm de saber que nós vamos fazer definitivamente uma regulação dos meios de comunicação para que o povo não seja vítima das mentiras todo santo dia."
Para quem acreditava que todos os problemas do Brasil estariam resolvidos com Lula atrás das grades, amanhã será um novo dia.
O jornal francês Le Monde, em editorial na edição deste sábado, desafia a Justiça brasileira a provar ao mundo que sua mobilização contra a corrupção é capaz de atingir também a outros grupos políticos. “A Operação Lava Jato deve demonstrar ao país que a prisão de Lula não é um ato político”, aponta o editorial.
“A prisão daquele que continuará sendo um dos dirigentes mais marcantes da história do país não significa o fim dos processos. (…) A Lava Jato precisa ter a mesma severidade com outros caciques de partidos do centro e da direita”. E cita o ex-presidenciável tucano Aécio Neves, “suspeito de corrupção passiva e obstrução da justiça”, estranhando que “seu caso ainda não foi examinado pela Suprema Corte”.
Aos "lulistas" desse imenso Brasil, os versos desse samba:
"Como será amanhã
Responda quem puder
O que irá me acontecer?
O meu destino será
Como Deus quiser
Como será?"

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