Política

Wellington Dias: “Não adianta trocar ministro sem mudança de visão”

Governador do Piauí se coloca como ponte para outras forças políticas ocuparem "vazio" deixado por Bolsonaro

  • terça-feira, 16 de março de 2021

Foto: MetrópolesWellington Dias
Governador Wellington Dias

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), tem buscado a formação de um pacto contra a Covid-19, com a participação de outros governadores, entidades civis, empresários e associações de trabalhadores.

Ao comentar as movimentações para a troca do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Dias apontou que nada adiantará mudar o titular da pasta se o presidente da República manter a visão sobre a gestão da crise sanitária no país.

“O que eu acho e que outros governadores também acham é que a mudança do ministro da saúde nesse instante de nada adiantará. O que a gente precisa é de uma mudança da visão do governo federal. Claro que quem escolhe quem vai ser ministro é o presidente da República, mas a maior mudança que o Brasil precisa é uma mudança de visão do governo federal”, disse o piauiense.

Wellington é coordenador do tema da vacina no Fórum Nacional dos Governadores e presidente do Consórcio Nordeste.

“O ministro Mandetta (Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde) tinha um conhecimento técnico. Agora, ele tinha uma visão do presidente diferente”, apontou o governador. 

Bolsonaro decidiu tirar Pazuello e anunciou, na segunda-feira (15/11), o nome do cardiologista Marcelo Queiroga para o cargo. Isso ocorreu após a médica Ludhmila Hajjar recusar a pasta alegando divergência com a postura do presidente.

Ao avaliar os motivos citados pela médica Ludhmila Hajjar para não aceitar o cargo, o governador disse ter tido a impressão de total falta de “sensibilidade humana” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Medidas preventivas

Na visão dos governadores, segundo Dias, existe um consenso sobre o papel que cada gestor pode desempenhar. No entanto, falta uma coordenação do governo central.

Os governadores garantiram junto ao STF o direito de decretar medidas de distanciamento social, nos níveis que julgarem necessários, a depender das condições em cada estado. Mas essa coordenação, na avaliação de Dias, deveria servir, por exemplo, para se acelerar a vacinação no país.

“Todos esses setores compreendem que há necessidade de medidas preventivas e devem ser coordenadas pelo poder central para que a gente possa conter o coronavírus”, destaca.

Vacinas

“Qual é a novidade melhor agora? É que a gente tem uma possibilidade que não tínhamos no ano passado que é a possibilidade de acelerar com a vacinação”, observou.

Ele critica a visão dissociada entre a condução da economia e as medidas para se resolver o caos na saúde. “Não há uma disputa entre a saúde e a economia. O mesmo efeito que agente espera para a saúde também será para a economia”, destacou.

“Vou citar exemplos concretos do que seria ideal. Precisamos do governo acelerando a compra de mais vacinas, apoiando os estados nas medidas restritivas, apoiando as pessoas que são sacrificadas que são as mais pobres, os empreendedores, os trabalhadores. Enfim, tem que seguir a ciência”, finalizou Dias. 

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