Saúde

Wellington Dias e Margareth Dalcomo - destaques em site americano

Depois do alemão Deutsch Welle, o site americano Zenger News ressalta a atuação do governador Wellington Dias

  • sexta-feira, 26 de março de 2021

Foto: Montagem pensarpiauiZenger

Dia 24 de março o site alemão Deutsch Welle destacou a atuação do governador Wellington Dias no combate ao coronavírus, entrevistando o chefe de Estado piauiense. Veja aqui.

Ontem, foi a vez de outro veículo de imprensa internacional chamar a atenção para a atuação de Wellington. 

Desta vez, foi o americano Zenger News. De forma positiva, o site dos EUA traz as intervenções da pneumologista, Dra. Margareth Dalcolmo, e do coordenador da vacina no Fórum dos Governadores do Brasil, Wellington Dias.

Veja a matéria completa:

O Brasil registrou nesta terça-feira, 23, um número recorde de vítimas para a Covid-19, 3.158 mortes em 24 horas. Foi a primeira vez que o número de mortes em um dia ultrapassou três mil, diz o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Consórcio de Veículos de Imprensa.

O coronavírus está avançando rapidamente e descontrolado nos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, em Brasília. No início desta semana, o país, que é comandado pelo presidente Jair Bolsonaro superou 300 mil mortes pandêmicas.

O número total de pessoas infectadas com coronavírus já atingiu a marca de mais de 12 milhões. No entanto, muitas autoridades e instituições de saúde alertam que os números reais podem ser ainda maiores, principalmente devido à falta de evidências em larga escala e à falta de comunicação de casos com as autoridades.

Foto: ZengerMargareth Dalcomo
Margareth Dalcomo

Em entrevista ao Zenger News, a Dra. Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, disse que, embora o Brasil tenha um Programa Nacional de Imunizações (PNI) altamente eficiente e reconhecido internacionalmente, não tem sido utilizado com sua eficiência em um momento tão crítico.

"Tivemos muitas coisas que poderiam ter sido feitas e não foram. Na minha opinião, o mais importante deles foi não ter uma coordenação centralizada e homogênea, com um discurso harmonioso entre a política e a comunidade científica brasileira. A população está muito confusa, no sentido de ouvir as autoridades do país dizer: 'não use máscaras, não pare de ir, não pare de trabalhar, enquanto dizemos ficar em casa e se proteger, usar máscaras", disse Dalcolmo, que tem um compromisso cívico "imparável" para orientar a população.

Outro obstáculo apontado pela pneumologista Dalcolmo foi o erro do Brasil em não negociar vacinas para a Covid-19 com mais indústrias farmacêuticas. Atualmente, o país conta com apenas dois imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Coronavac e AstraZeneca.

Segundo ela, essa falha do governo coloca a população em grande risco, já que o país tem altas taxas de transmissão do vírus e novas variantes estão circulando em pelo menos outros seis estados brasileiros.

Na avaliação da pesquisadora, a distância física e social é absolutamente crucial para combater a pandemia, que já faz um ano e afetou todos os continentes do planeta. Dalcolmo também citou o Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa estar muito bem preparado para atender pacientes com Covid.

"Há um ano, nós, a comunidade científica, temos alertado sobre a importância da distância social, mas infelizmente as autoridades governamentais disseram o contrário e foi algo que não ajudou a controlar a epidemia", disse ele.

Quanto ao crescente número de mortes por pandemia no Brasil, Dalcolmo acredita que, nas próximas semanas, os números podem chegar a mais de 3.000 mortes por dia.

Questionada sobre a declaração do novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, que recentemente disse que: "Os cursos de política de saúde continuarão a ser determinados pelo presidente Bolsonaro", respondeu a pesquisadora:

"Não cabe a mim julgar a afirmação do que ele diz. Ele é Ministro de Estado e responsável por suas declarações. Como comunidade acadêmica, posso dizer que nossa expectativa é que você ouça a sociedade científica brasileira que tem demonstrado grande compromisso público desde o início da epidemia. Estamos ansiosos para sermos ouvidos pelo novo ministro", disse ela.

Governadores tomam as rédeas

Foto: ZengerWellington Dias
Wellington Dias

Diante de tanta desordem por parte do Governo Federal no efetivo combate à pandemia, os governadores dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal decidiram tomar as 'rédeas' e determinar medidas preventivas a nível nacional, que são rejeitadas por Bolsonaro, para conter a disseminação do novo coronavírus nas regiões do país.

As ações realizadas incluem distância social, uso obrigatório de máscaras e negociação direta com indústrias que produzem imunização contra doenças para vacinar a população de cada estado.

"Dada a gravidade da situação pandêmica, conseguimos suspender as festividades carnavalescas, tanto no setor público quanto no privado. Todos os estados brasileiros estão tomando medidas mais restritivas, mas o ideal é que o governo federal o faça. Devido à lei brasileira, não temos controle sobre portos, aeroportos e estradas. Teria sido ótimo se pudéssemos ter feito isso junto com o poder central", disse o coordenador da vacina no Fórum dos Governadores do Brasil, Wellington Dias.

Falando sobre vacinação no Brasil, Wellington disse que o país é o epicentro da pandemia, principalmente por causa da disseminação das variantes do novo coronavírus (N9, P1, P2, B.1.128 e B.1.1.143) e disse que, por isso, pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS) que priorizasse a ampliação da vacina e a transferência de tecnologia. Para o governador do Piauí, o Brasil precisa urgentemente de uma mudança na forma como conduz o combate à pandemia.

''O ministro da Saúde, Dr. Marcelo Queiroga é cardiologista, e entendemos que ele está ciente do que precisa ser feito, mas o que queremos é muito simples, seguindo as diretrizes da ciência, da OMS. Esperamos que o presidente Bolsonaro dê o poder e o apoio necessários para que o ministro cumpra suas funções de combate à pandemia", disse.

Segundo Wellington Dias (PT), os estados nordestinos conseguiram assinar um acordo com a Rússia, que comprará 37 milhões de doses da vacina Sputnik V do país soviético. Os governadores ainda estão negociando com a China mais 30 milhões de doses.

A expectativa é que a vacina Sputnik V esteja disponível nas unidades de saúde a partir de abril deste ano. O governador do estado do Piauí também enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joseph R. Biden Jr. No documento, o chefe de Estado solicitou doses de vacinas Oxford/AstraZeneca armazenadas no laboratório farmacêutico do país.

O imunizante, de origem britânica, não é usado no Plano de Vacinação dos EUA. "Recebi uma declaração recentemente, de que eles estariam estudando a ordem até a próxima semana", disse ele.

As vacinas adquiridas pelo Consórcio Nordeste, que faz parte do Fórum Nacional de Governadores, serão distribuídas para todos os estados do Brasil.

Pandemia no Brasil "é aceitável"

O deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, disse há cerca de uma semana que a situação da pandemia de Covid-19 no Brasil "é aceitável". A declaração foi dada em entrevista à GloboNews, canal por assinatura da Rede Globo, e impactou vários veículos de comunicação no país.

Segundo o parlamentar, o Brasil é o quinto país do mundo em número de pessoas vacinadas.

"Eu disse que, comparativamente com outros países, o Brasil ocupa a 22ª posição em mortes por milhão de habitantes, os Estados Unidos ocupam o 11º lugar e o Reino Unido ocupa o quarto lugar em milhões de mortes. Eu acho que é "aceitável" porque temos menos mortes por milhão do que os Estados Unidos, por exemplo. Nosso sistema de saúde protege mais as pessoas do que os Estados Unidos e o Reino Unido. Também temos problemas, mas menos pessoas morreram aqui do que na América", disse o congressista.

Na opinião do líder do governo na Câmara, apesar de toda a crise de saúde que enfrenta, o Brasil conseguiu apresentar um resultado melhor do que os países do primeiro mundo e que muitas ações que estão sendo tomadas pelo governo federal são em benefício da população brasileira.

Entre as medidas, o deputado Ricardo Barros citou a retomada do Auxílio Emergencial 2021, que será pago em quatro parcelas a partir de abril. No total, 45,6 milhões de pessoas receberão o benefício que varia entre 150 reais (para pessoa física), 250 reais (para famílias com mais de duas pessoas) e 375 reais (para mães solteiras).

Quando o deputado federal foi questionado se poderia viver com 150 reais por mês, Ricardo Barros disse: "Eu certamente não passaria fome”. O salário mensal de um deputado federal no Brasil é de mais de 33 mil reais.

Zenger News tentou entrar em contato com o Ministro da Saúde em várias ocasiões para ouvir sua posição, mas não houve resposta dele ou de seus conselheiros.

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