Política

Wellington Dias articula entrada de países árabes na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

Brasil avança em cooperação com ONU e nações do Oriente Médio para ampliar o combate à fome e à pobreza com base em experiências brasileiras


Wellington Dias articula entrada de países árabes na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Wellington Dias no IV Fórum Árabe pela Igualdade

Durante o IV Fórum Árabe pela Igualdade, realizado nesta quarta-feira (25) na Argélia, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou o papel da cooperação internacional no enfrentamento à fome e à pobreza em escala global. De acordo com o ministro, o Brasil busca ampliar a atuação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, atraindo o engajamento de países árabes e promovendo a troca de experiências bem-sucedidas.

Em reunião com Rola Dashti, secretária-executiva da Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (ESCWA), o ministro ouviu o apoio da ONU à expansão da Aliança na região árabe. “Vamos trabalhar para que mais países se juntem a essa iniciativa e aproveitem as lições brasileiras”, afirmou Dashti. A ESCWA, vinculada ao Conselho Econômico e Social da ONU, é a organizadora do Fórum, que reúne lideranças de diversos países em torno da promoção da igualdade e do fortalecimento da proteção social.

Wellington Dias também avançou em negociações com Catar, Omã e Arábia Saudita para a instalação de um escritório regional da Aliança em Doha. “A fome e a pobreza exigem respostas coletivas. Estamos unindo esforços com nações árabes para transformar realidades”, declarou o ministro.

Jordânia cria centro de estudos e busca inspiração no Brasil

A ampliação da cooperação Sul-Sul ficou evidente também na reunião com Wafa’ Bani Mustafa, ministra do Desenvolvimento Social da Jordânia. Ela anunciou a criação do primeiro centro de estudos sobre pobreza multidimensional e segurança alimentar da Liga Árabe, a ser sediado em território jordaniano. A iniciativa poderá, futuramente, atuar em sinergia com os trabalhos da Aliança Global.

A ministra destacou o interesse em replicar políticas brasileiras, como o programa Acredita, que combina crédito com assistência técnica para populações vulneráveis. “Reconhecemos o Brasil como um líder nessa agenda e queremos aprender com suas políticas de inclusão socioeconômica”, afirmou.

Somália quer adaptar Cadastro Único e Programa Cisternas

A Somália também manifestou interesse em adotar políticas brasileiras para enfrentar seus desafios sociais. Em reunião com o ministro Yusuf Mohamed Adan, Wellington Dias tratou da possível adaptação do Cadastro Único e de tecnologias do Programa Cisternas, além de estratégias para geração de renda e inclusão produtiva.

Segundo Adan, a experiência do Brasil será fundamental: “A experiência do Brasil será importante para fortalecermos nossa estrutura social”. O ministro brasileiro destacou a necessidade de articular políticas sociais ao desenvolvimento econômico. “Temos soluções testadas, como fundos garantidores para crédito a pequenos negócios, que podem ser adaptadas à realidade somali”, pontuou.

Adesão de novos países à Aliança

Ao longo do dia, Wellington Dias ainda manteve encontros com autoridades da Líbia, Omã e Síria, buscando ampliar o engajamento desses países com a Aliança Global. Com a ministra líbia Wafaa Abu Bakr al-Kilani, foram debatidas medidas para fortalecer programas de proteção social semelhantes ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Já com as delegações de Omã e Síria, o foco foi a construção de mecanismos de cooperação e troca de experiências. “Cada novo membro fortalece nossa capacidade de transformar a realidade das populações mais vulneráveis”, afirmou o ministro.

Próximos encontros

As articulações iniciadas no Fórum Árabe terão desdobramentos em setembro, na reunião da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em Brasília, e na Cúpula Social da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, prevista para 3 de novembro, em Doha, no Catar. A atuação do Brasil busca posicionar o combate à desigualdade como um tema central da agenda internacional de desenvolvimento.

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