Eleições 2020

Violência política: sete assassinatos nesta campanha eleitoral

Levantamento da ONG Terra de Direitos constatou que números de casos contra políticos ou candidatos triplicou em três anos

  • quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Foto: ReproduçãoCâmeras flagram Jorge Marra atirando no candidato Cássrio Remis, que morreu em seguida
Câmeras flagram Jorge Marra atirando no candidato Cássrio Remis, que morreu em seguida

 

Evangelista de Sousa Jerônimo, conhecido como Batista da Banca, candidato a vereador pelo PSB em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza (CE), foi encontrado morto dentro de sua casa na noite desta segunda-feira (26). Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o corpo do político tinha marcas de facadas. O caso agora está sendo investigado pela Polícia Civil, que apura se houve motivação política no crime e tenta identificar o autor ou os autores.

Este crime é mais um dos casos de violência contra políticos. Segundo o estudo “Violência política e eleitoral no Brasil”, realizado pela ONG Terra de Direitos e Justiça Global, desde o início da campanha eleitoral, pelo menos sete casos de mortes envolvendo candidatos ou pré-candidatos aconteceram este ano após o início da campanha eleitoral.

O estudo mapeou os casos de violência de janeiro de 2016 a primeiro de setembro deste ano. Foram mapeados 327 casos de violência, contra políticos eleitos, candidatos e pré-candidatos. O que impressiona é o crescimento dos casos. Enquanto foram 46 ocorrências em 2016, no ano passado foram registrados 136 casos, o triplo. O número de assassinatos no período chegou a 68, seguido de 57 atentados contra a vida de candidatos.

No final de setembro, o ex-presidente da Câmara Municipal de Patrocínio (MG) e pré-candidato a vereador, Cassio Reims (PSDB), foi assassinado a tiros após ser interrompido pelo acusado enquanto fazia uma live denunciando uma obra da prefeitura.

O autor dos disparos foi o ex-secretário de Obras de Patrocínio, Jorge Marra. Imagens de câmeras de segurança mostram Marra, que é irmão do prefeito Deiró Marra (DEM), atirando na vítima no estacionamento da secretaria de Obras.  Marra se entregou à polícia e está preso.

Outro de caso de violência recente aconteceu no dia 7 de outubro. Adriano Magalhães era candidato a prefeito do município de Dom Eliseu (PA), pelo Solidariedade. Ele tinha acabado de sair de um comício quando foi baleado. A polícia não tem suspeitos ainda.

Em Paraupebas, no Pará, o candidato a prefeito pelo PRTB, Júlio César, sofre um atentado no dia 15 de outubro, mas escapou com vida. O disparo de armas aconteceu por volta das 20h. Uma caminhonete teria se aproximado do carro do candidato e feito os primeiros disparos. No veículo estavam três pessoas.

No Estado do Rio de Janeiro, a Polícia Civil criou uma força-tarefa para garantir a segurança das eleições e o direito ao voto, após a morte de dois candidatos a vereador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Mauro Miranda da Rocha (PTN) foi assassinado em 1º de outubro numa padaria do município, ao lado de dois amigos, que foram atingidos e sobreviveram. No sábado (10), Domingos Barbosa Cabral, o Domingão (DEM), também foi morto a tiros.

De acordo com a ONG Terra de Direitos em apenas 12% dos casos criminosos envolvendo políticos, o suspeito é identificado. A pesquisa revela ainda que 83% dos crimes não em cidades do interior do Brasil.

Siga nas redes sociais

Deixe sua opinião: