Política

“Tenho mais uns 12 anos pela frente”, as reflexões de José Dirceu sobre vida e política

José Dirceu fala sobre política, saúde e futuro em entrevista à Folha de S.Paulo


Reprodução “Tenho mais uns 12 anos pela frente”, as reflexões de José Dirceu sobre vida e política
José Dirceu

Em uma rara entrevista à Folha de S.Paulo, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos principais nomes do Partido dos Trabalhadores (PT), refletiu sobre seu futuro pessoal, a trajetória do PT e as perspectivas políticas do Brasil. Dirceu, que tem 78 anos, comentou de forma franca sobre sua saúde e a percepção do tempo que lhe resta, além de apontar suas previsões para o cenário político nas próximas eleições de 2026, quando acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve buscar a reeleição.

"Sei que tenho pouco tempo de vida, preciso aceitar isso", disse Dirceu, mostrando uma postura de resignação e realismo diante da sua idade e das implicações que ela traz. O ex-ministro, que passou por diversas batalhas judiciais após o escândalo do mensalão e a Operação Lava Jato, demonstrou estar em paz com o que considera "seu destino". Ainda assim, mantém seu espírito aguerrido e sua visão crítica sobre os rumos da política brasileira.

Dirceu foi claro ao afirmar que, para ele, Lula será novamente candidato em 2026. "A única pessoa que tem condições de garantir o projeto do PT é o Lula", afirmou, destacando a confiança na liderança do atual presidente e reforçando que o PT precisa consolidar o que foi feito até agora. Ele também sinalizou que, embora haja lideranças emergentes no partido, nenhuma tem o mesmo peso e capacidade de articulação política de Lula.

Sobre o atual governo, José Dirceu destacou os desafios econômicos, como o controle da inflação e a necessidade de reformas estruturais, mas ressaltou que o Brasil tem "caminho certo" sob o comando de Lula. "O país está em uma rota de recuperação econômica, com investimentos no social e na infraestrutura", afirmou. Ele também ponderou sobre a polarização política e os riscos da ascensão de movimentos de extrema direita no país.

Ao ser questionado sobre o futuro da esquerda no Brasil, Dirceu defendeu a necessidade de renovação e inclusão de novos atores no debate político. Para ele, o PT e os partidos de esquerda precisam se conectar com as novas demandas da sociedade, especialmente as pautas ambientais e os movimentos sociais mais jovens, para se manterem relevantes. "O mundo mudou, e a política precisa acompanhar essas transformações", alertou.

A entrevista mostrou um José Dirceu reflexivo, ciente do peso de sua trajetória política e do papel que desempenhou na história recente do país, mas também atento às dinâmicas políticas atuais. Com sua visão estratégica afiada, o ex-ministro segue sendo uma figura de influência no debate público, ainda que mais reservado e distante do palco central da política brasileira.

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