Política

Senadores bolsonaristas vão aos EUA com dinheiro público para visitar fugitivas do 8/1

As mulheres deixaram o Brasil após os protestos e foram detidas pelas autoridades norte-americanas ao tentar entrar nos EUA


Montagem Pensar Piauí Senadores bolsonaristas vão aos EUA com dinheiro público para visitar fugitivas do 8/1
Senador Eduardo Girão (Novo-CE) e Maciel Gomes, condenada no 8/1, presa ao tentar entrar ilegalmente nos EUA

Uma comissão de senadores brasileiros viajará aos Estados Unidos com recursos públicos do Congresso Nacional para visitar brasileiras presas sob acusação de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A viagem foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, a partir de um requerimento apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O pedido menciona quatro mulheres. Três delas já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como associação criminosa, tentativa de golpe de Estado e depredação do patrimônio público. A quarta é ré e responde a cinco acusações semelhantes. As mulheres deixaram o Brasil após os protestos e foram detidas pelas autoridades norte-americanas ao tentar entrar nos EUA, onde solicitaram asilo político. Atualmente, três seguem presas em El Paso, no Texas.

Uma das envolvidas, Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC), já foi deportada ao Brasil. Ela foi condenada a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime. As demais continuam detidas desde 21 de janeiro, um dia após a posse simbólica de Donald Trump promovida por apoiadores do ex-presidente norte-americano.

De acordo com o requerimento, a comitiva pretende avaliar as condições carcerárias e apurar possíveis violações de direitos humanos. Girão sustenta que as mulheres são vítimas de “perseguição política” no Brasil e nega que tenham participado de atos violentos. Segundo ele, as acusadas apenas buscaram abrigo durante os confrontos. “Não há qualquer indício de que elas invadiram ou depredaram prédios públicos”, diz o senador.

As presas citadas são Rosana Maciel Gomes, de Goiânia, condenada a 14 anos de prisão; Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), condenada a 17 anos; e Michely Paiva Alves, de Limeira (SP), que ainda responde na Justiça.

Girão defende que a missão reforça o compromisso do Senado com os direitos humanos. “A diligência proporcionará uma avaliação direta da situação e ajudará a promover a responsabilização de todos os envolvidos nesses atos arbitrários”, afirmou.

A decisão de enviar a missão, entretanto, tem sido criticada por setores do Congresso e da sociedade civil, que apontam o uso de dinheiro público para uma iniciativa com viés político e alinhamento ideológico com os atos antidemocráticos de janeiro de 2023.

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